Dois integrantes de uma quadrilha especializada em roubo de veículos foram condenados pela Justiça a 17 anos, nove meses e 10 dias de prisão em regime fechado, após investigação conduzida pela 3ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, no âmbito da operação “Namastê”, deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) com apoio da inteligência da Brigada Militar (BM).
A sentença foi publicada na segunda-feira, 20 de outubro, e se refere a um crime ocorrido em agosto de 2018, que teve desfecho dramático: a vítima foi mantida refém e levada de Porto Alegre até a Praia do Paquetá, em Canoas, antes de ser abandonada pelos criminosos.
De um assalto em via pública a um sequestro relâmpago
Conforme a denúncia, a vítima foi abordada nas proximidades de um supermercado na zona urbana de Porto Alegre, quando os réus roubaram seu veículo BMW e objetos pessoais.
Durante a ação, apontando armas de fogo, os assaltantes obrigaram a mulher a permanecer dentro do carro, iniciando um trajeto que terminou em Canoas, na região metropolitana.
Segundo o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, responsável pelo caso, o episódio demonstrou extrema crueldade e desprezo pela vida da vítima.
“O fato dos autos é grave, pois, sem escrúpulos, os réus, após subjugar a vítima, estando ela totalmente dominada, restringiram sua liberdade, levando-a consigo dentro do veículo até a Praia do Paquetá, onde foi deixada”, destacou o promotor.
A mulher foi libertada apenas após percorrer dezenas de quilômetros como refém, em estado de choque, mas sem ferimentos físicos graves.
Condenação exemplar e reparação dos danos
A Justiça reconheceu a culpabilidade dos dois réus pelos crimes de roubo com emprego de arma de fogo, atuando em grupo e com restrição da liberdade da vítima — circunstâncias que agravaram a pena.
Além da condenação a 17 anos, nove meses e 10 dias de reclusão em regime fechado, a sentença determinou o pagamento de R$ 10 mil a título de reparação mínima pelos danos causados à vítima.
Operação “Namastê” desarticulou quadrilha
A operação “Namastê”, conduzida pelo Ministério Público com o apoio da Brigada Militar, resultou em 14 denúncias contra 10 investigados por envolvimento em uma série de roubos de veículos de luxo na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Os criminosos agiam de forma organizada, utilizando armas, rádios comunicadores e veículos clonados. Após os roubos, os carros eram encaminhados a desmanches e revendas ilegais.
Com a conclusão do processo, o Ministério Público reforça que a decisão representa um avanço no combate à criminalidade violenta e organizada, que há anos atua na capital e nas cidades do entorno.
Repressão ao crime organizado e proteção às vítimas
Para o promotor Mauro Rockenbach, o caso serve como exemplo da resposta firme da Justiça e das instituições de segurança pública frente a crimes que combinam violência e ameaça direta à integridade física das vítimas.
“A condenação reafirma o compromisso do Ministério Público com o enfrentamento da criminalidade violenta e com a proteção das pessoas que são atingidas por esse tipo de ação covarde”, enfatizou Rockenbach.