Os 105.517 mil eleitores aptos a votar em Cachoeirinha estão diante de um plebiscito na disputa pela Prefeitura na eleição que acontece neste domingo. É um sim ou não ao governo Cristian Wasem (MDB)-Delegado João Paulo (PP), que enfrenta uma única chapa de oposição, David Almansa (PT)-Dr.Rubinho (PSDB), segundo e terceiro colocado na eleição suplementar de 2022.
Advogado, Cristian, 47 anos, concorre pela coligação CACHOEIRINHA NO CAMINHO CERTO (MDB / PP / PSD / PDT / REPUBLICANOS / AVANTE / PODE), que tem também o “apoio crítico” do PL. Foi eleito prefeito na eleição suplementar de 2022 com 38.987 votos – uma diferença de quase 20 mil votos em relação ao 2º lugar. Antes, por um ano, foi prefeito interino, cargo que, como presidente da Câmara, assumiu após a cassação do prefeito Miki Breier (PSB) e do vice Maurício Medeiros (MDB) pelo Tribunal Regional Eleitoral. Também foi vereador eleito em 2016 e reeleito em 2020.
Seu vice é o mesmo de 2022, o Delegado João Paulo, 68 anos, policial civil aposentado que já foi chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Foi secretário municipal e, em 2020, na primeira eleição em que concorreu, recebeu 11.295 votos como candidato a prefeito.
Sociólogo, Almansa, 33 anos, concorre pela coligação POR AMOR A CACHOEIRINHA (PT / PC do B / PV / PSDB / CIDADANIA / UNIÃO / SOLIDARIEDADE / PSB), que tem também “apoio crítico” do PSOL. Foi o vereador mais votado da eleição de 2020. No pleito suplementar de 2022 ficou em segundo lugar, com 20 mil votos.
Seu vice, Dr. Rubinho, 50 anos, foi o terceiro colocado na eleição suplementar de 2022. Em 2020, perdeu a eleição para Miki Breier por apenas 318 votos. Antes foi vereador por dois mandatos, sendo o mais votado da cidade em 2016 e presidente da Câmara em 2018, além de secretário municipal.
O plano de governo da chapa Cristian-Delegado você acessa clicando aqui. O plano de governo da chapa Almansa/Dr. Rubinho você acessa clicando aqui.
Cachoeirinha também tem 203 candidaturas disputando 17 vagas na Câmara de Vereadores.
Os salários do prefeito e vice são R$ 22.297,40 e 19.09,46. Dos vereadores e secretários municipais, R$ 13.739,22.
O Orçamento de Cachoeirinha para 2025 é estimado em R$ 600 milhões.
Como plebiscito, a eleição vai testar a avaliação do governo e a popularidade do prefeito.
Com perfil inspirado no jeito popular do ex-prefeito e sogro, o falecido Francisco Medeiros, Cristian aposta no ‘efeito teflon’, que denúncias de corrupção contra o governo não adiram diretamente em sua imagem e avaliação pessoal.
Os números da última eleição colocam Cristian como favorito. Recebeu 51,4% dos votos na eleição suplementar, ou seja, mais que a soma dos adversários Almansa e Rubinho.
Na conta do plebiscito entram os dois anos de governo de Cristian como prefeito eleito, e um ano como prefeito interino.
Dos Grandes Lances dos Piores Momentos é que, reeleito ou não, Cristian deve fazer mais obras depois do que antes da eleição, já que não conseguiu investir em tempo hábil os R$ 80 milhões em financiamento captado para infraestrutura.
Apesar do plebiscito governo x oposição, há um empate de personagens relacionadas ao governo Miki e ao contágio político que causa o ex-prefeito ter sido afastado do cargo por um ano sob suspeita de corrupção em contratos de limpeza urbana, mesmo que três anos e meio depois ainda exista ação penal, e depois tenha sido cassado por questões eleitorais que reputo absurdas.
Se Cristian tem como todo-poderoso seu assessor especial, o presidente do MDB e ex-advogado de Miki, André Lima, além de ter herdado a ‘República de Vereadores’ que davam sustentação ao ex-prefeito, Almansa tem apoio do ex-prefeito José Stédile, que foi o ‘Grande Eleitor’ de Miki em 2017, antes de romperem politicamente, e tem apoio de secretários afastados junto a Miki, como Elvis Valcarenghi e Everton Ávila.
Ideologicamente, a disputa não resta focada na disputa Lula-Bolsonaro, mesmo Cristian tenha atraído na última hora o apoio do PL e Almansa use o governo federal como modelo, seja ‘o cara’ do ministro Paulo Pimenta, defenda os 2,9 bilhões em obras do PAC anunciados para combate a cheias e falta de água na Bacia do Rio Gravataí e aplique a política de frente ampla do lulismo, apresentando uma inédita aliança entre PT e o PSDB do governador Eduardo Leite.
Cristian não participou de nenhum debate e selecionou sabatinas na mídia simática; leia em É feio o prefeito Cristian arregar para o debate em Cachoeirinha.
Ao fim, é como se Cachoeirinha tivesse um segundo turno no primeiro. Quando um dos candidatos é o prefeito, inevitável tratar a eleição como um plebiscito, um sim ou não ao governo.
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