Acabou o Século XX, disse meu pai, ao ler a notícia sobre a morte de Fidel Castro. Foi um dos grandes nomes dessa Era.
Amado ou odiado, é impossível negar a relevância histórica do governante, que comandou por décadas o país. Desde a notícia de sua morte, há os que enalteçam seus feitos revolucionários, a resistência aos Estados Unidos, os exemplares sistemas de saúde e de educação que Cuba alcançou em seu governo.
Há, também, quem comemore sua morte, chamando-o de ditador sanguinário e salientando o atraso em que o país mergulhou durante todos esses anos.
Mas Cuba é muito mais do que um sistema político.
Como costumo falar em Literatura, refiro a obra "La isla de los amores infinitos", da autora cubana Daína Chaviano. Cruzando contexto histórico, música e ficção, o romance apresenta um interessante panorama sobre a formação do país, as etnias que o compuseram – como a chinesa, por exemplo, que é algo que eu desconhecia – e nos aproxima de Cuba para além de Fidel, das praias ou dos charutos, que são os estereótipos pelos quais geralmente conhecemos a ilha.
E falo em leitura, porque ela é essencial para podermos tratar sobre os temas que surgem. É preciso ir além das manchetes, dos discursos reproduzidos. A literatura sempre é uma excelente contribuição.