Invasiva, desnecessária e ao nível das palavras jogadas contra o vento por seu secretário Juvir Costella (MDB) a parolagem comentada pela Secretaria de Logística e Transportes do Rio Grande do Sul em post da deputada estadual Patrícia Alba (MDB).
CLIQUE AQUI para ler a postagem da ex-primeira-dama de Gravataí, a intervenção oficial da secretaria nos comentários e a réplica da parlamentar.
Em seu post Patrícia nada mais fez do que manifestar uma preocupação de qualquer usuário da ERS-118 – que não seja desinformado ou informado do mal – com obras ainda não feitas e que fazem da duplicação inconclusa, como alertei dezembro em Duplicação completa da RS-118 é uma fake news.
Não mentiu Patrícia Alba ao anunciar que cobra obras que faltaram como a elevada para ligar a Av. Centenário (ERS-030) com o Distrito Industrial, o ‘km da morte’ hoje em Gravataí, e a interseção com a ERS-020 (Faixa de Taquara), outro ponto de acidentes e vidas perdidas, além de resolver o nada a lugar algum que virou a Av. Brasil, cortada ao meio durante a duplicação.
Até foi elegante a gravataiense ao ‘lembrar’ para a pessoa-jurídica-internauta da Secretaria de Logística o ‘esquecimento’ sobre a 020 e se “colocar à disposição para colaborar”. Poderia também ter ‘informado’ que a Centenário da ‘elevada’ é hoje uma via municipalizada.
Na ‘invasão’ ao Facebook e ao Twitter da deputada, a ‘Secretaria’ anunciou R$ 54,3 milhões para “obras complementares na ERS-118”, incluindo a elevada, seis passarelas para pedestres e a iluminação da rodovia, além de investimentos na ERS-020.
Diz a postagem sobre a elevada que “o projeto executivo está em fase de conclusão para se licitado” e “os recursos estão garantidos para a obra”.
Meia verdade, e meias verdades sempre tem uma metade próxima da mentira. O anúncio feito pelo governador Eduardo Leite (PSDB), que reportei ontem em Leite sobre Gravataí: Elevada de 20 milhões na 118 entre Centenário e Distrito sai com privatizações e concessões; O início do fim de uma fake news, é, ainda, uma promessa, tanto quanto era promessa do setembro de campanha eleitoral, feita por Costella e seu vereador na aldeia, Clebes Mendes (MDB), de que o tal projeto executivo estaria pronto até o final de 2020 e as obras começariam no início de 2021.
Fato é que Leite condiciona os R$ 1,29 bilhão em investimentos com recursos próprios do Estado às ‘circunstâncias’ de 2022, e isso ficou bem claro na entrevista à GZH; e os demais R$ 10,6 bilhões em 30 anos, dos quais R$ 3,9 bilhões já nos primeiros cinco anos, em caso de sucesso nas privatizações de Corsan, Procergs e, quem sabe, Banrisul, além das concessões de rodovias.
Após a reação ao pedagiaço na 118, que tratei em artigos como A Gravataí contra o pedágio na ERS-118; É privataria, Secretário de Estado diz que é ’fake news’ pedágio no trecho duplicado da ERS-118, Costella gravou o vídeo amalucado chamando de “fake news” a possibilidade do pedágio ficar nos 22 quilômetros duplicados entre Gravataí e Sapucaia do Sul, ao custo de R$ 400 milhões em 20 anos, o que também reportei em Políticos divergem sobre pedágio na ERS-118; A ’fake news sobre a fake news que não era fake news’.
Mas a entrevista do governador parece mais próxima à do secretário extraordinário de parcerias do governo gaúcho, Leonardo Busatto, também à GZH, que para qualquer analista de discurso deixou em aberto a possibilidade do pedágio.
Disse Leite à GZH:
– O custo econômico pro Estado, pagar o preço de não ter as estradas em condições, de não ter estradas duplicadas, é um preço muito mais alto do que o pedágio.
Conforme o governador, na próxima semana serão apresentados os detalhes do plano de concessão e “onde ficarão as praças de pedágio”.
– Sei que virá a crítica. "Pode vir o pedágio, mas não aqui na frente". Só que não adianta colocar a praça de pedágio onde não passa ninguém – acrescentou, em sua conclusão reforçando o alerta que fiz no artigo de domingo, de que poderemos experimentar “a fake news sobre a fake news que não era fake news”.
Ou seria rentável pedágio em Viamão, como disse Costella, e por onde não passa ninguém, como diz Leite?
Ao fim, no software e na projeção no telão dom Palácio Piratini, está tudo muito bonito para maquiar Leite, candidato a candidato à Presidência da República, como o moderno gestor liberal que paga as contas de um estado que despenca do mapa das finanças, privatiza e investe.
Inegável é que, por enquanto, é só parole.
Pouco para uma Secretaria de Estado fazer a molecagem no Grande Tribunal das Redes Sociais e stalkear uma deputada, que tem a insofismável legitimação do voto popular.
Cito Costella na manchete porque é o chefe.
Constrangedor seria culparem o estagiário.
Dá um block, Patrícia!
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