Eleitores da dupla que tanto me criticaram na campanha de 2020 neste fim de semana experimentaram os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: quando apelidei de MarxDonalds a chapa Dimas Costa (PSD) e Evandro Soares (DEM) à Prefeitura de Gravataí, e reputei estarem ‘atrás do muro’, não estava fazendo política. Era jornalismo.
Neste sábado, além da evidência do lado de cada um na ferradura ideológica, ambos saíram definitivamente ‘de trás’ do muro; e um subiu nele, mas quase caindo para a canhota.
O candidato a vice foi o ‘Evandro do Bolsonaro’, sem máscara & tudo, na motociata do deprimente da república, como reportei em Os políticos de Gravataí na ’carona’ da motociata do Bolsonaro.
Já Dimas, candidato a prefeito de 35 mil votos, foi vacinado às 10h, exato momento em que começou a motociata, e registrou a alegria nas redes sociais, distribuindo cestas aos vacinadores e funcionários do posto de saúde, além de vestir camiseta que confeccionou com os dizeres “pelos mais de 530 mil brasileiros que NÃO tiveram a mesma chance. Viva o SUS, Viva a Ciência!”.
Como tuitei um dia antes, fez até vídeo defendendo o uso de qualquer vacina e, mesmo que moderadamente, condenando os ‘sommeliers de vacina’, que tratei em É covidiotia escolher qual vacina tomar.
Ao fim, se o ‘Donalds’, Evandro, explicita-se como bolsonarista, seja por negacionismo, antipetismo, convicção ou abraço de afogado, o ‘Marx’, Dimas, sai ‘de trás’ do muro ao se distanciar dos fanáticos pelo ‘mito’, mas ainda se equilibra ‘em cima’ do muro.
Ao Seguinte: o ex-petista e hoje presidente municipal e vice estadual do PSD disse que sua candidatura a deputado estadual terá material de propaganda ao lado de candidato à Presidência da República de seu PSD.
Fato é que, num segundo turno entre Bolsonaro e Lula, apesar de amigos de bar, a chapa MarxDonalds estará em lados opostos.
Na política não se pode fazer uma omelete sem chutar os ovos.
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