Lucia Reichak fez uma postagem críticas a podas no Parcão de Gravataí que viralizou em grupos de facebook e foi compartilhada por ambientalistas como o geólogo Sérgio Cardoso e a Associação de Preservação da Natureza Vale do Gravataí (APN-VG).
– Estão cortando árvores e arbustos da ilha do Parcão de Gravataí, local que serve de habitat para diversas espécies de pássaros e aves. E as aves e pássaros? Ali vivem espécies como saracuras que não conseguirão migrar para outro ambiente. Elas possuem vôo curto e baixo – escreve a militante da causa ambiental, alertando para o “corte de 40 árvores ao chão”, na postagem que você lê na íntegra clicando aqui.
Ao Seguinte:, Luiz Zaffalon, diretor-presidente da Fundação de Meio Ambiente, disse que recebeu a denúncia mas técnicos foram ao local e não verificaram irregularidades.
– Está sendo feita a limpeza do espelho d´água, de onde estão sendo retiradas árvores. Está tudo dentro da licença ambiental.
Conforme Zaffalon, só estão sendo retiradas árvores mortas.
Não há uma relação direta, mas o tem ambiental é o mesmo: Gravataí não tem um Plano de Arborização específico. Conforme Zaffalon, a Prefeitura trabalha com uma legislação de compensação de 15 árvores plantadas a cada árvore suprimida em projetos tocados na cidade.
A resposta veio ao, antes de saber da polêmica do Parcão, tê-lo questionado sobre estudo da organização The Nature Conservancy que defende a inclusão do investimento em criação e manutenção de áreas verdes nos gastos de saúde.
Os Estados Unidos, por exemplo, dedicam apenas 1% do seu orçamento para o plantio e manutenção das áreas verdes – e somente um terço disso é realmente investido. Como consequência, as cidades do país norte-americano perdem cerca de 4 milhões de árvores por ano.
Não há este dado em Gravataí. Mas a estimativa da TNC é que “com uma média de 8 dólares por pessoa em cada ano seria possível impedir a perda de árvores no país”. Para nós, não seria pouca coisa. Seriam 34 reais a cada um dos 281.519 habitantes, ou R$ 9,5 milhões por ano.
O mesmo estudo mostra que a diferença nas expectativas de vida entre bairros de uma mesma cidade que estão próximos geograficamente pode chegar a ser de até uma década.
A conclusão da pesquisa é que “embora a diferença nos índices de saúde não tenha a ver somente com a questão das árvores, os investigadores asseguram que os bairros com menos áreas verdes têm piores resultados com relação à saúde de seus residentes. Desta forma, é possível concluir que a desigualdade urbanística pode se refletir em piores níveis saúde”.
Ao fim, não é preciso ser Greta Thunberg para alertar que estamos bem atrasados nisso. Não só Gravataí.