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Das trevas e do ’nepotismo moral’ Miki age para recuperar popularidade no pós-golpeachment em Cachoeirinha

Miki Breier, recebendo as pessoas no Gabinete da Gente, na Prefeitura de Cachoeirinha

O que parece – e é – feio na reforma do secretariado no ‘pós-golpeachment’ também representa uma força para o prefeito Miki Breier (PSB) porque desmoraliza a Câmara de Cachoeirinha frente a futuras CPI e tentativas de cassação.

Os nomes você conhece clicando aqui na divulgação feita pela Prefeitura.

Os políticos, de votos e bastidores, mostraram que o objetivo não era investigar, e sim exercer a ‘CCmania’: extorquir o prefeito por cargos, como bem traduziu o vereador David Almansa (PT) em um dos pronunciamentos mais fortes que já testemunhei no parlamento municipal e, fosse em Gravataí, pelos motivos que apontei em A Câmara de Gravataí anda muito mi-mi-mi; Ulysses se remexe no fundo do mar, o colocaria no paredão do corporativismo.

Clique aqui para assistir.

O ‘nepotismo moral’ é inconteste.

Há parentes de vereadores em secretarias e outras funções permitidas, sempre burlando com o jeitinho brasileiro, ‘dentro da legalidade’, a lei que proíbe familiares e o nepotismo cruzado, que é o ‘emprega meu sobrenome aí que eu emprego o teu aqui’.

Há no governo, inclusive, um balanço entre moradores de territórios influenciados por facções, cujo fenômeno, B.O.s à parte, é uma realidade não só de Cachoeirinha e que lembra a participação das igrejas na política.

De bom é que Miki sabe de tudo isso. Com 30 anos de vida pública, não é preciso ensinar o ‘padre’ a rezar a missa da política. E por isso terá um secretariado paralelo ao seu ‘Centrão’.

Negará o prefeito, por óbvio, mas criou um núcleo político para blindá-lo e, além de avaliar as ações dos políticos e da CCmania, dividir a responsabilidade na legalidade de licitações. Não será verá mais a assinatura Volmir Miki Breier solitária em contrato algum.

Paralelamente, Miki enviou à Câmara pedido de autorização para financiamento de R$ 80 milhões em infraestrutura, como revelei com exclusividade em Miki: pós golpeachment, 80 mi em obras em Cachoeirinha, e já se chegou a uma conta de outros R$ 16 milhões em sobras de caixa que serão usadas para obras.

A folha de pagamento está em 44%, bem abaixo dos 51,2 e 54% de limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e agora o governo tem os 12 votos para aprovar a Reforma da Previdência e conseguir as certidões necessária para captar empréstimos.

Os mais ousados, e, permitam-me alertar, na política a ousadia por vezes se aproxima da irresponsabilidade, projetam financiar até R$ 200 milhões.

Para efeitos de comparação, após um governo impopular, como foi o primeiro mandato de Miki, após sua reeleição Marco Alba (MDB) financiou R$ 80 milhões e Gravataí foi uma das cidades que mais investiram no Rio Grande do Sul, despontando em estudo entre as que melhor transformam impostos em qualidade de vida.

Estes R$ 200 milhões dos ousados representa muito mais que os quase os R$ 280 milhões que o atual prefeito Luiz Zaffalon (MDB) projeta em investimentos para os próximos quatro anos em uma Gravataí que tem 100 mil habitantes a mais e um território 10 vezes mais extenso.

Salvo engano, falando em Gravataí, a escolha de Humberto Reis para a Secretaria de Governo, cargo-chave do novo secretariado, também revela um afastamento do ‘MDB do Marco Alba’, ao qual o ex-secretário Nilo Morais é ligado.

Humberto, mesmo que apresentado como assessor de Miki na Assembleia Legislativa e, também, seu diretor administrativo e financeiro na Secretaria do Trabalho do Estado, era até sexta-feira chefe de gabinete do vereador Cláudio Ávila (PSD).

Ávila, que é oposição ao grupo de Marco Alba em Gravataí, diz que não tem nenhum cargo, nem João Portela, diretor da Secretaria da Fazenda, apresentado como uma indicação técnica por ter sido secretário em Porto Alegre e Canoas.

Essa força em on e off do PSD também antecipa algo que prevejo desde o ano passado: uma filiação de Miki ao partido, onde já está um ex-companheiro de PSB, o ex-prefeito de Passo Fundo Luciano Azevedo.

Ao fim, a partir das trevas Miki tentará com as obras recuperar uma popularidade que já teve. Fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: quanto mais querido um político é por seu povo, menos refém é de vigaristas.

Inegável é que, sob ameaça do que descrevi como ‘República da Chinelagem’ em artigos como O capeta está solto em Cachoeirinha: querem tomar de assalto a Prefeitura; Minha sugestão para MikiA ’República da Chinelagem’ já decidiu cassar Miki e Maurício em Cachoeirinha; Saída é a ’loteria de toga’, e que ameaçava cassá-lo por menos de seis meses de governo, Miki entregou os dedos e os anéis para manter a cabeça.

Que o garçom não a derrube da bandeja.

Aí, reputo, se voltar a ser popular, o povo segura.

 

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