Três pessoas só ficam fora do secretariado de Marco Alba (PMDB) se não aceitarem os convites. Mesmo sem um anúncio oficial, dá para incluí-los entre os 'confirmados'.
Luiz Zaffalon (PMDB), ‘gerentão’ do governo desde que o partido voltou à Prefeitura após o impeachment de Rita Sanco (PT) em 2011, é quem responde diretamente ao prefeito reeleito sobre todo e qualquer projeto.
Para se ter uma idéia da força do ex-presidente da Corsan, executivo de altos cargos em estatais e empresas privadas como a Telecom, um dos primeiros decretos assinados em janeiro após a posse do prefeito interino Nadir Rocha (PMDB) delegava a ‘Zaffa’ a assinatura de convênios e importantes burocracias do governo.
Enquanto o ‘vereador do povão’ e mais uma vez ‘camerlengo da Sé vacante’ inaugurava obras dia e noite, Zaffalon tinha ‘tinta de prefeito’ na caneta.
Com Marco, Zaffa tem seus ‘pegas’, mas é raro algo vazar e os dois convergem sempre na forma de administrar sem gastar mais do que se arrecada, herança da convivência no governo Yeda Crusius (PSDB) e seu ‘déficit zero’.
Em sua competência e discrição, Sônia Oliveira deve ser mais uma vez a mulher forte da Educação. Sem salto alto, mesmo com uma gestão frente à secretaria que chegou ao mais alto índice do ideb da história de Gravataí, a filha do ex-prefeito Dorival de Oliveira desde o início dos anos 2000 conquistou a confiança de Marco, primeiro na Assembleia Legislativa, depois na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Saneamento do Estado e durante os anos de PMDB frente à Prefeitura.
É a presidente do partido e quem há quase duas décadas cuida com atenção da papelada para a prestação de contas de cada campanha de Marco.
Recém chegado ao círculo mais próximo do prefeito reeleito, não há dúvidas de que Tanrac Saldanha (PRB) continuará secretário da Família, cargo que assumiu no início de fevereiro. Além de ter aproximado nove a cada dez igrejas evangélicas de Marco e das políticas do governo agora e para o futuro, ganhou a admiração do prefeito ao abrir mão do vice para garantir a Prefeitura com a base governista.
Candidato ao lado de Marco na ‘eleição que não terminou’ Tanrac, que tinha deixado em outubro a possibilidade de uma reeleição tranqüila como vereador da Igreja Universal do Reino de Deus, renunciou ao posto em 2017 para permitir um acordo com o PSDB de Francisco Pinho.
Com a anulação do pleito após a suspensão dos direitos políticos de Daniel Bordignon (PDT), o vencedor nas urnas, era preciso atrair pelo menos um voto da oposição, e manter os 10 eleitos pelos partidos coligados, para assegurar à campanha pela reeleição ter um dos seus sentado na cadeira principal do segundo andar do palacinho rosa da Av. Loureiro da Silva.
Assediado até a última hora pela oposição, Tanrac não rompeu com Marco e a base de governo com 12 votos escolheu Nadir prefeito interino.
– Enquanto me houver tempo vou lutar para que haja mais justiça, mais equidade, mais união e que, ao final, possa eu revelar aos meus filhos que o segredo do sucesso está em saber renunciar e cumprir o segundo maior mandamento que é amar ao próximo como a nós mesmos – postou o líder evangélico, logo após a eleição de domingo, em seu perfil no facebook.
Na primeira entrevista que deu após a vitória, Marco praticamente anunciou ao Seguinte: a permanência de Tanrac, ao dizer que no novo governo vai aprofundar os laços com o terceiro setor, principalmente as igrejas evangélicas.
Nenhum outro nome, como o próprio prefeito avisou na mesma entrevista, está garantido.
– É um novo governo – deu a senha.
Das urnas
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