Mais do que culpar outros e forças ocultas por não ter sido eleita prefeita, Anabel Lorenzi (PSB) deveria conversar consigo mesma.
Isso caso o que o Seguinte: apurou nos bastidores seja verdade.
Em 2015, seis meses antes do início da campanha da ‘eleição que não terminou’, ela teria ouvido de Daniel Bordignon (PDT), em um almoço em Porto Alegre, a proposta de uma aliança onde a candidatura à Prefeitura seria definida em uma pesquisa.
Caso fosse o escolhido, e ganhasse a eleição, o ‘Grande Eleitor’ a apoiaria para prefeita em 2020.
E, em caso impugnação, ela seria a candidata a prefeita já em 2016.
As duas únicas possibilidades imagináveis para Anabel não aceitar são que achava que Bordignon seria barrado pela Justiça e ela ganharia sozinha, ou então não confiava que o ex-prefeito fosse apoiá-la como fez com Rita Sanco (PT), em 2008 eleita com a maior votação da história com apenas uma semana de campanha após ele renunciar à candidatura devido à ameaça de impugnação.
Se a história é verídica, foi por Anabel não querer que a ‘união das oposições’, ou das ‘esquerdas’, deixou de acontecer.
Bordignon e Anabel somados fizeram 71.130 votos no ‘primeiro turno’. No ‘segundo turno’, Rosane e Anabel fizeram 67.685. Os 'Bordignons' aliado a Anabel ganhariam de Marco Alba (PMDB) mesmo que ele herdasse todos os votos do Dr. Levi, chegando a 52.840 em outubro e 67.631 em março.
A política não admite "se", e uma aliança Bordignon-Anabel poderia ter assustado os eleitores em tempos de ódio e decepção com Lula e Dilma, mas não é preciso ter nascido aos nove anos no Parque dos Anjos, ou na Morada do Vale, para fazer as contas sobre quem está mais perto de ter ajudado a reeleição de Marco Alba.
Das urnas
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