Apenas duas das 66 escolas municipais não retornaram às aulas nesta segunda em Gravataí, conforme levantamento feito pelo Seguinte:. A Antônio Aires de Almeida pelo contágio da COVID-19 em professores e a Áurea Celi Barbosa por problemas estruturais.
Nesta segunda professores voltaram às aulas para duas semanas em que as condições sanitárias serão apresentadas às famílias que decidirão se enviarão os estudantes às escolas, ou optarão pelo ensino remoto, como aconteceu no 2020 da pandemia.
Na Antônio Aires, onde foram identificados professores com a COVID-19, as famílias que tinham sido chamadas para esta segunda devem ir à escola dia 18. As do dia 9, no dia 19. As do dia 10, no dia 22. As do dia 11, no dia 23. Quem ainda tem matrícula para fazer deve procurar a escola dia 18.
Na Áurea Celi Barbosa as aulas começarão de forma remota porque está em processo de licitação pela Prefeitura a execução de projeto elétrico que foi aprovado pela RGE. Conforme a Secretaria da Educação, “o PPCI está aprovado pelos Bombeiros e já está quase concluída a sua execução”.
Na Antônio Aires a preocupação está entre professores que na quinta-feira, em reunião preparatória para a volta às aulas, tiveram contato com colegas infectados.
Como são profissionais que também trabalham em outras escolas, fui ouvir as secretarias da Saúde e Educação.
Sônia Oliveira, secretária da Educação, explicou:
“…
O primeiro passo assim que a direção nos avisou da suspeita foi suspender as atividades na escola até a confirmação ou não dos casos.
Nosso RH já está em contato com os professores para que fiquem em casa até que o resultado dos exames da direção seja confirmado.
Embora o protocolo de saúde não exija o afastamento dos demais, estamos agindo com todos os cuidados necessários.
…”
Conforme a secretária da Educação e o secretário da Saúde, não há ‘surto’. Apenas duas professoras tiveram sintomas e aguardam resultado dos testes.
O secretário da Saúde Régis Fonseca explicou que o protocolo do Ministério da Saúde orienta testar apenas quem reside no mesmo lar de infectados, ou contatos com sintomas gripais.
– Mas estamos atentos a todos os profissionais da educação. Se houver sintomas, afastaremos da sala de aula – diz.
– Nós entendemos como importantíssimo o retorno às aulas presenciais. O governo está tomando todos os cuidados para que a escola seja um ambiente seguro para toda a comunidade escolar – disse o prefeito em release publicado no site da Prefeitura que diz que “as aulas, no modelo híbrido, retornam no dia 18 (quinta-feira) em toda a rede municipal. As escolas já receberam os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), como tapetes sanitizantes, álcool gel e máscaras. De acordo com a Smed, as escolas também poderão adquirir EPIs se entenderem necessário, utilizando os repasses extra municipais”.
Segue a publicação oficial: “Desde o ano passado, a Smed tem traçado estratégias para que a educação dos alunos não seja prejudicada. A partir do dia 18, quando as aulas retornarem no modelo híbrido, serão aplicadas avaliações diagnósticas e provas de avaliação que indicarão os índices de aprendizagem do ano passado de cada aluno”.
A nota também informa os esforços do governo Zaffa para que professores e funcionários de escolas sejam incluídos em grupos prioritário para vacinação.
Tratei da polêmica da volta às aulas em artigos como Professores não querem voltar às aulas segunda; Em Gravataí, na Justiça, em Cachoeirinha greve e Gravataí volta às aulas nesta segunda; ’Tenham toda tranquilidade para enviar os filhos à escola’, diz prefeito.
Opinei – e bastante.
É um dilema e um desafio.
A escola presencial é boa para as crianças, mas inegavelmente é um risco, para famílias e professores. Jamais é uma volta ao normal por decreto, como aconteceu ao recuarmos da bandeira vermelha para a laranja no Distanciamento Controlado.
Em Sem doses, Gravataí e Cachoeirinha vão demorar mais de um ano para vacinar; Hoje é 56 de dezembro de 2020 calculei em 19 meses a imunização de todos os vacináveis, o que traria alguma tranquilidade. Então a boa vontade da vacina é nada mais, nada menos, que apenas uma esperança.
Reputo age certo a Secretaria da Educação ao adiar a volta às aulas na escola onde professores foram diagnosticados com COVID, assim como acertou o prefeito Luiz Zaffalon ao, na live em que apresentou o modelo de volta às aulas, ter apelado para que a política não atrapalhasse a comunhão necessária entre governo e profissionais da educação para a volta às aulas.
Zaffa disse que não tem nada a ver acusar professores de não querer trabalhar. Os profissionais deram aulas durante toda pandemia de forma remota, muitas vezes se adequando aos horários dos alunos. E estão no direito de buscar suspender na justiça a volta às aulas – o que até o fechamento deste artigo não tem decisão liminar.
Triste é ler comentários no Grande Tribunal das Redes Sociais chamando professores de vagabundos. Não sei como esses professores conseguem seguir essa profissão de fé, todos os dias submetidos aos filhos desses monstros covidiotas.
Ao fim, a realidade se impõe. Como insisto em meus artigos sobre o que considero o maior desafio de 2021, a volta às aulas vai além do ‘primeiro dia’. É avançar e recuar, conforme os casos ou surtos nas escolas. É o novo normal. Se é o novo, não é o velho.
Fato é que os professores estão com medo. Ouvi deles, não é achismo. São os cães de rua no Zeitgeist.
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