O relançançamento dos modelos Onix e Onix Plus e as primeiras imagens do novo SUV compacto da General Motors, flagrado em testes nas estradas gaúchas sob pesada camuflagem, acendem um farol de otimismo na fábrica de Gravataí, que enfrentou meses de incertezas, paradas forçadas e lay-offs –– o que o Seguinte: reportou em artigos como Nova parada alerta Gravataí para riscos da ‘GMdependência’; o fantasma de Detroit. Comunicado interno da empresa informou nesta quarta-feira que a GM volta a operar em dois turnos a partir do dia 21.
Os novos Onix e Onix Plus, produzidos no complexo automotivo gravataiense, são parte de uma grande ofensiva para reaquecer as vendas. A atualização inclui faróis modernizados, novo desenho do para-choque, central multimídia e display digital renovados. No entanto, a montadora manteve a correia a óleo, item frequentemente criticado por consumidores. Os preços variam entre R$ 102 mil e R$ 136 mil.
A renovação faz parte do anúncio de cinco modelos, em uma das maiores estratégias da GM nos 100 anos da Chevrolet no Brasil. Apesar de ter liderado o mercado por anos, o Onix agora ocupa a quinta posição no ranking de vendas, atrás do Polo e T-Cross (Volkswagen), Argo (Fiat) e HB20 (Hyundai). Em 2023, a GM vendeu 97,5 mil unidades do modelo, queda expressiva em comparação às 241 mil comercializadas em 2019.
Já o SUV, utilitário esportivo inédito baseado na plataforma do Onix e desenvolvido com parte dos R$ 1,2 bilhão investidos na planta, avança a todo vapor para chegar ao mercado no primeiro semestre de 2026. As imagens, capturadas pelo perfil Placa Verde e pela revista Quatro Rodas, mostram linhas robustas de SUV, sinalizando um posicionamento agressivo no segmento dominado por Fiat Pulse, Renault Kardian e Volkswagen T-Cross.
O modelo herdará o motor 1.0 turbo flex (até 122 cv a etanol) das versões topo de linha do Onix e Tracker, com câmbio automático de seis marchas. Ainda em debate está a inclusão do motor 1.0 aspirado para versões de entrada, crucial para competir em preço – estimado entre R$ 120 mil e R$ 140 mil. A ausência de versões eletrificadas, confirmada pelo ex-presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, reforça a aposta no mercado convencional.
O otimismo com o novo projeto contrasta com o cenários recentes: entre maio e junho deste ano, a fábrica de Gravataí enfrentou uma paralisação total de 11 dias, somada ao lay-off de 700 funcionários (que encerra dia 21) – reflexo de um estoque inchado (20 mil veículos) e da queda nas vendas do Onix (97,5 mil unidades vendidas em 2024, ante 168 mil produzidas).
Os impactos econômicos foram de, pelo menos, R$ 5 milhões/mês perdidos em ICMS (com efeito retardado para 2026) e R$ 500 mil/mês em ISS. Cerca de 50% da arrecadação municipal depende da GM.
Veja a seguir as fotos do Onix, divulgadas pela GM.


