Costumo chamar de fake news a expressão ‘nova política’. O que existe é ‘política’. Para alguns, uma vocação de transformação da sociedade, para outros a profissão mais antiga do mundo. Mas, invariavelmente, ‘política’.
Usarei de um superlativo nacional para tratar do caso de uma ‘celebridade’ da aldeia.
Sérgio Moro hoje é um político.
Apareceu com um suposto trabalho técnico, aprontou para adversários, tirou políticos favoritos do caminho e chega a 2020, conforme tratei no artigo Os populares Moro, Lula, Bolsonaro; o Brasil condenado, como personalidade mais popular do país, superando políticos de estimação como Lula e Bolsonaro.
Inegável é que, hoje, o ex-juiz de acusação da ‘Vaza Jato’, quando não se omite, demonstra até mais coragem do que muitos políticos profissionais ao ‘se lixar’ para opinião pública e, seletivamente, aceitar com um ‘pedido de desculpas’, e uma tatuagem, malfeitos como o ‘caixa 2’ que tratava como crime.
Defende o chefe, o presidente da República, como tantos outros políticos que aceitam as regras do jogo.
Enfim, tapete vermelho para ele: o simplório Sérgio Moro é ‘Oscar’ em política!
Escrevo tudo isso para chegar a Gravataí, onde outra personagem bem amada está se travestindo de político: é Fernando Deadpool.
O jovem que ficou famoso ao aparecer no programa da Eliana, no SBT, assando pães para pagar a faculdade e doar cestas básicas para famílias carentes de Gravataí, conforme o Seguinte: tinha contado pela primeira vez em Deadpool, super solidário pelas ruas de Gravataí, será candidato a vereador neste ano.
E já começa a cair na real.
No artigo Marvel não quer super-heróis em campanha; e agora Deadpool de Gravataí?, alertei que a empresa acionaria judicialmente candidatos que usassem uniforme de super-heróis.
Precavido, em suas postagens de 2020 o Deadpool já voltou a ser o Fernando Pacheco, um Wade Wilson das paradas. Não fez nenhuma postagem fantasiado.
No mesmo artigo, sugeri:
“(…)
Deadpool de Gravataí precisa estar atento. Há mocinhos e vilões querendo tirá-lo da eleição. Como tenho a mania de acreditar na bondade das pessoas, ainda vou escrever um manual e oferecer a ele, para que evite que sua solidariedade seja confundida com compra de votos.
Já dou uma dica, que não tem nada a ver com o tapetão da justiça: nas aulas de Hapkido que nosso super herói e sua equipe dão no loteamento Breno Garcia, fica chato ‘sortear’ uma cesta básica, já que a grande maioria são crianças de famílias carentes.
(…)”.
Se me ouviu, ou não (já tinha dito a mesma coisa a ele enquanto fumávamos um cigarrinho em frente ao CTG Aldeia dos Anjos, no dia do aniversário de Jones Martins), fato é que há uma semana Fernando anunciou, em post que você acessa clicando aqui, que não fará mais caridade no ano eleitoral para não ter a candidatura cassada sob suspeita de compra de votos.
– Por eu ser um pré candidato a Vereador, não posso continuar as entregas das centenas de cestas básicas, festas e eventos que fazia no ano. Na regra deles, isso é compra de votos! – teclou.
Para amigos de Facebook que perguntaram o porquê dele não desistir da candidatura para seguir ajudando as pessoas, Fernando demonstrou estar travestido de político: prometeu que vai auxiliar mais gente depois de eleito.
Polêmico, como também requer a política para viralizar no ‘Grande Tribunal das Redes Sociais’, em seu post o Deadpool de Gravataí critica o governo Marco Alba (MDB), que é integrado pelo partido o qual vai concorrer, o Republicanos, e que tem como presidente o Dr. Levi, que é apontado como o candidato preferencial do atual prefeito para a eleição de 2020:
– Eu não concordo com isso, pois enquanto a lei me proíbe, crianças enfrentam a dor da fome e da miséria, bem aqui do nosso lado. Será que o governo finalmente vai abraçar seu povo? Na minha concepção, o alimento e a oportunidade vem antes de asfaltos e reformas. Que Deus nos abençoe esse ano e que o melhor aconteça.
Ao fim, Fernando Deadpool é mais candidato do que nunca e parece estar se conformando de que cada Ideologia tem a Inquisição que merece. E, seja personagem nova ou velha, política é política.
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