caso da maconha

Delegado não vê relação entre vereador e droga no pátio de casa

Droga foi apreendida quando seria, provavelmente, distribuída pela região | GUILHERME KLAMT

Pouco mais de seis meses depois da maior apreensão de maconha em Gravataí no ano passado, ainda não é nesta terça que o inquérito sobre a descoberta dos 720kg da droga em um galpão no bairro Vila Rica chegará à Justiça. Neste momento, porém, o delegado Gustavo Bermudes, da 2ª DP de Gravataí, adianta que, pelas informações colhidas durante a investigação, "não existe com clareza nenhum indicativo de que o vereador Márcio Peres (PSDB) tenha alguma ligação com a droga apreendida".

— Sim, a droga estava em um galpão ao lado da residência, ele coordena, ou administra, aquele pedaço de terra parcialmente, com outro indivíduo, mas não temos nenhuma informação clara de que ele administrasse as drogas de alguma maneira. É claro que estamos apurando questões tangenciais neste caso, que podem resultar em indiciamentos — aponta o delegado.

 

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O inquérito apura ainda outros crimes no local onde a droga foi encontrada, como furto de energia elétrica, a presença de galos de rinha, um poço irregular e ainda veículos furtados e roubados, já clonados.

— Não tenho uma definição clara de quem eram os donos dos carros, quem os levou até lá e o que faziam naquele local — diz Gustavo Bermudes.

Ainda assim, o delegado, que assumiu o caso somente no mês passado, garante que haverá indiciamentos no inquérito que só deverá ser concluído na próxima semana.

— Quando assumi a delegacia, só restava praticamente relatar o caso. Talvez eu não tenha a mesma percepção de quem iniciou a apuração e cumpriu as diligências. Estou agindo em cima do que se apresentou nos documentos do inquérito até agora — resume.

Os 720kg de maconha foram apreendidos quando, supostamente, eram carregados em um caminhão dentro de um dos galpões no pátio onde também fica a casa do vereador. Ele confirmou à polícia que administrava a área, mas alugava o imóvel específico onde estava armazenada a maconha.

Procurado, o suposto locatário informou aos policiais que outra pessoa havia locado depois dele.
O detalhe é que, segundo as informações apresentadas pela polícia durante a investigação — baseadas nos dados que levaram os agentes até a droga —, a maconha havia chegado há cidade em torno de dez dias antes da apreensão. Significa que, durante todo este tempo, o material teria sido mantido ali para ser distribuído aos poucos na Região Metropolitana.

O delegado Gustavo Bermudes não antecipa se a polícia chegou ao destino e à origem da droga.

— O certo é que teremos envolvidos indiciados — diz.

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