A Operação Rasante deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga organização criminosa especializada em introduzir materiais ilícitos em presídios utilizando drones. Coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas, uma ação na terça-feira (17) cumpriu mandados de busca e apreensão em vários pontos da Região Metropolitana de Porto Alegre, com foco nos municípios de Canoas, Viamão e Porto Alegre.
As investigações, iniciadas devido ao crescimento alarmante desse método de entrega em unidades prisionais, revelaram uma operação criminosa altamente estruturada. A quadrilha atuava com funções bem definidas, contando com um piloto especializado em drones, um motorista de apoio e uma pessoa responsável pela manutenção e reparo das aeronaves.
O modus operandi demonstra sofisticação e logística. Eles mapeavam os presídios, preparavam os pacotes para resistir ao impacto e utilizavam estruturas acopladas aos drones para transportar cargas pesadas ou volumosas.
Durante as buscas desta terça-feira, os policiais encontraram um arsenal que comprova a operacionalidade do grupo: drones desmontados, peças sobressalentes e carcaças, rádio comunicador amador (tipo HT) para coordenação, kits prontos para lançamento com faca, fogareiro elétrico, latas de bebidas e sal, materiais cuidadosamente embalados (revestidos para não danificar na queda), estruturas montadas especificamente para acoplar e transportar cargas nos drones, objetos para servirem de contrapeso e linhas e embalagens diversas usadas no preparo.
Todos os itens apreendidos estavam prontos para serem lançados nos presídios de Charqueadas e Canoas, alvos preferenciais da quadrilha.
Além da apreensão do material, a operação resultou na prisão de um foragido da Justiça, localizado durante as diligências em Canoas. A Operação Rasante não é um caso isolado. Em ações anteriores relacionadas ao mesmo tipo de crime, a polícia já havia apreendido outros drones, um fuzil AR-15 desmontado, munições, além de grande quantidade de drogas e celulares.
A Operação Rasante integra a estratégia da Polícia Civil do RS de combate à criminalidade organizada e de fortalecimento da segurança do sistema prisional. A ação visa dificultar a atuação de facções criminosas dentro dos presídios, que se utilizam de itens proibidos – como armas, celulares e drogas – para manter atividades ilegais e ampliar seu poder.
As investigações continuam. A Polícia Civil trabalha na identificação de outros integrantes da organização e na análise do material apreendido para aprofundar o combate a esse tipo de delito.
