RAFAEL MARTINELLI

Deputada de Gravataí, Patrícia Alba foi coerente ao votar a favor da reforma de Leite no IPE Saúde. Seu MDB de Gravataí e a base de vereadores de Zaffa não; O doce e o amargo de ser governo ou oposição

Tenha acertado ou errado (e não é o foco deste artigo, que trata de política), reputo a deputada estadual Patrícia Alba foi coerente ao votar a favor da reestruturação do IPE Saúde, proposta pelo governador Eduardo Leite (PSDB).

Coerente não foram a bancada de seu MDB e a base do governo Luiz Zaffalon em Gravataí, que aprovaram reformas na previdência e no instituto de previdência municipal, mas votaram a favor de moção de repúdio ao aumento nas contribuições para o plano de saúde dos servidores estaduais.

Dos Grandes Lances dos Piores Momentos, a moção foi proposta pelo vereador do MDB Claudecir Lemes!, até o início da III Guerra Política da aldeia líder do governo no legislativo, como reportei em Declarada III Guerra Política de Gravataí: Zaffa vai sair do MDB para enfrentar Marco Alba; Bem-vindo à política, prefeito!, e que logo depois subscreveu nota crítica ao prefeito, que reportei em Bomba em Gravataí! Nota do MDB é um aceite da guerra entre Zaffa e Marco Alba.

Patrícia foi um dos 36 votos, contra 16, que aprovaram o aumento no desconto mínimo sobre os salários de 3,1% para 3,6%.

Por que aponto coerência da advogada?

Os governos de Marco Alba, e de Zaffa, de quem seu marido foi o ‘Grande Eleitor’ em 2020, aprovaram contribuições a maior para o funcionalismo de Gravataí.

Patrícia Alba não restou experimentando o ‘doce sabor de ser oposição’.

Os argumentos de Leite são análogos aos de Marco e Zaffa, os rombos bilionários entre o que se arrecada e o que se precisa pagar, ou garantir em assistência em saúde, nos próximos 30 anos, para os milhares de servidores públicos; justificativas que – como, na minha mania de criar expressões para traduzir o politiquês para os leitores – associo à ‘ideologia dos números’.

Já Claudecir, a bancada do MDB e a base do governo reformista, talvez até menosprezando o poder do símbolo de uma moção aprovada no parlamento da quarta economia gaúcha, simplesmente aprovaram o repúdio; sem argumentos – só Claudecir se justificou na tribuna, e em sua manifestação defendeu sua classe, os policiais militares, evocando algo de especial, como se diferentes do restante do funcionalismo fossem.

(Se são, e não alcanço essa percepção, com toda humildade, peço que me convençam).

Juro não é só pelo esporte de ser ‘do contra’, mas dou os parabéns a Patrícia. Se o funcionalismo estadual, assim como o de Gravataí, vai pagar mais com a reforma da previdência, já feita em 2020, e agora com a reestruturação do IPE, em 2023, a deputada manteve a coerência; para o elogio ou a crítica.

A aprovação da moção de Claudecir em Gravataí, reafirmo, pareceu-se uma diminuição do parlamento – algo como: “vota a favor que ninguém dá bola para essas moções”.

Fato é que governo e oposição aprovaram o repúdio à reforma no IPE com 18 entre os 21 vereadores; Anna Beatriz da Silva (PSD), que tem o marido Dimas Costa como secretário-adjunto de Leite, e Dilamar Soares (PDT), líder do governo Zaffa, saíram do plenário, além do presidente Alison Silva (MDB), que só precisa votar quando há necessidade de desempate.

Ao fim, Patrícia Alba matou minha saudade dos políticos que tem a mesma posição, impopular seja, quando governo ou oposição; sorvendo do doce ou do amargo da responsabilidade de seu votos.

Concluo grosseiramente: o povo, e aí incluo o funcionalismo, aceita – até pacificamente demais – se f#*&%r, mas não não perdoa se f#*&%r sozinho.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba nossa News

Publicidade