RAFAEL MARTINELLI

Deputada de Gravataí Patrícia Alba reforça contrariedade a pedágio na ERS-118, ‘gourmet’ ou não; O advogado do diabo

A deputada estadual de Gravataí Patrícia Alba (MDB) reforçou, na retomada das atividades do Movimento RS-118 Sem Pedágio, posição contrária a qualquer tipo de cobrança na rodovia, seja pelos métodos tradicionais ou free flow, o ‘pedágio gourmet’, com cobrança automática, sem praças de pedágio.

A reunião em Alvorada teve entre as presenças o coordenador do movimento, Darcy Zottis, e a deputada estadual Stela Farias (PT), presidente da Comissão de Serviços Públicos da Assembleia Legislativa.

De acordo Patrícia Alba, “é inadmissível sobrecarregar a população com mais esta tarifa”, principalmente se tratando de “uma rodovia com alto fluxo urbano de veículos, situada em uma das regiões mais empobrecidas da Região Metropolitana”.

– Estamos retomando os trabalhos do movimento neste ano de 2022, mantendo o compromisso que assumimos junto a população de lutar contra este pedágio – diz a parlamentar.

Segundo informações do Movimento RS-118 Sem Pedágio, 52 dos 55 deputados já assinaram o manifesto contra o pedágio na rodovia.

Porém, a instalação de praças de pedágio segue no plano de parcerias público-privadas do governo Eduardo Leite (PSDB), como o Seguinte: reportou em Governo Leite confirma projeção de ‘pedágio gourmet’ em bloco onde estão ERS-118 e ERS-020 de Gravataí; O advogado do diabo.

Nesta quinta-feira, o governador assinou a contratação, por R$ 4,6 milhões, da empresa pública federal Infra S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, para a elaboração do novo Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt), “que tem a finalidade de orientar o Estado sobre prioridades e necessidades de investimentos em infraestrutura de transporte”.

Conforme nota do governo, “a meta é alcançar o equilíbrio entre os diferentes modos de transporte, com foco na sustentabilidade, nas melhorias das alternativas de transporte e na eficiência das atividades empresariais. As análises incluirão o diagnóstico sobre deficiências e gargalos do sistema logístico estadual e a definição de cenários futuros e estratégias de intervenção pública e privada”.

A estatal terá o prazo de 18 meses para a elaboração do estudo, com base em análises da rede de transporte aeroportuária, portuária, rodoviária, hidroviária e ferroviária do Estado.

Traduzindo: o estudo sobre pedágios – incluindo a ERS-118 e a ERS-020 – está no pacote.

Ao fim, é ‘pauta-bomba’.

As posições das forças políticas e empresariais locais não mudaram em relação ao que reportei em agosto em Free flow: cancelas abertas para ‘pedágio gourmet’ na ERS-118 e 020; As forças de Gravataí, o agora, o depois e o advogado do diabo.

Como analiso?

Antecipando que teremos uma nova polêmica, no caso exclusivo de Gravataí, que é a municipalização da ERS-020 e a projeção do governo Luiz Zaffalon (PSDB) de investir na extensão da duplicação da rodovia R$ 20 milhões em dinheiro do orçamento municipal, mantenho a mesma análise de artigo ainda anterior, de maio do ano passado, Audiência pública: ninguém quer pedágio e Leite é “mentiroso”. Ok, mas o que fazer da ERS-118?; O advogado do diabo.

Escrevi:

Quase todo mundo é contra pedágios na ERS-118 e o governador Eduardo Leite “é o político mais mentiroso da história do Rio Grande do Sul”, conforme Rodrigo Lorenzoni (PL), proponente da audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa, com apoio do Movimento ERS-118 Sem Pedágio. Ok, mas e agora? Neste artigo vou fazer o advogado do diabo.

Desde que o governador lançou, em seu mandato anterior, os blocos de concessão de rodovias e incluiu a ERS-118, critiquei o modelo de privatização à brasileira: após R$ 400 milhões em investimentos públicos na duplicação – e, agora, mais a elevada em Gravataí, de R$ 27 milhões, e a iluminação completa, por R$ 20 milhões –, a entrega para a iniciativa privada.

Na campanha, Leite, após chegar ao segundo turno com apenas 2.441 votos (0,04%!) a mais que Edegar Pretto (PT), entrou no modo populista e, mesmo entusiasta dos pedágios, após pedirem uma formalização do que disse com exclusividade ao Seguinte:, em EXCLUSIVO | Eduardo Leite diz que 118 não terá pedágio em Gravataí caso seja eleito, assinou documento se comprometendo a não cobrar pelo uso da 118; assim como fez o pai de Rodrigo, seu adversário Onyx, e reportei em ‘Efeito Seguinte’: Leite e Onyx assinam documento garantindo que ERS-118 não terá pedágio em toda sua extensão; Leia o compromisso.

Não há no documento margem para verdades múltiplas: está lá escrito que a rodovia não seria pedagiada – tratei em artigos como Bomba! ERS-118 pode ter pedágio; O senhor é ‘sem palavra’, governador Eduardo Leite?, inclusive reproduzindo o documento original, assinado pelo político que venceu a eleição.

Sigamos para adiante da “mentira” que seria pedagiar a 118, até porque seria brigar com os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos.

Na remontada da polêmica, quando confirmou a reabertura de estudos pela cobrança para dirigir pela 118, com o sistema free flow, onde não há praça com cancelas, mas o usuário paga conforme a quilometragem que percorre, interpreto que Leite alertou que, sem pedágio, a manutenção da rodovia fica sob risco e a duplicação que falta entre Gravataí e Viamão não vai acontecer; já tratei disso em Entre verdades múltiplas, Leite sinaliza que cobrança de ‘pedágio sem cancelas’ pode acontecer até em Gravataí e Cachoeirinha; Sem cobrança, sem duplicação até Viamão.

Aí resta a ressaca da audiência pública.

Se o governador desprezou a audiência ao enviar apenas o secretário-adjunto de Parcerias e Concessões, Gabriel Fajardo, que apenas reafirmou a necessidade de um novo estudo para o Bloco 1 (onde também está a ERS-020) pelos dados da concessão suspensa serem anteriores à 2020, também não há notícia de apresentação de alternativas factíveis para a 118.

Se o movimento é apenas contra o pedágio, reputo já está vencido o debate pelo Movimento RS 118 Sem Pedágio, entidades e políticos de oposição ou não; 50 dos 55 deputados estaduais assinaram manifesto – Patrícia Alba (MDB), de Gravataí, entre parlamentares subscritos, Valdir Bonatto (PSDB), de Viamão, não.

Mas, e agora, o que será da 118?, pergunto, advogando para diabo.

Ao fim, se pedagiar a rodovia – sem ser liberado da palavra empenhada – seria uma mentira, ou, para não ser tão grosseiro, uma verdade múltipla, é uma verdade que Leite nunca prometeu concluir a duplicação ou manter a 118 com recursos próprios do Estado.

Inegável é que, em algum momento, a realidade se impõe e precisaremos ir adiante nos compromissos com uma rodovia que está ajudando a transformar a região no principal polo logístico gaúcho.

“Não há almoço de graça” é a máxima, né?

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Uma resposta

  1. Assinou documento, de repente ganhou votos por isso, se foi documento registrado em cartório, então é estelionato eleitoral, estelionato é crime, então o senhor governador é PASSÍVEL DE CASSAÇÃO, e até cadeia por falsidade ideológica

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