Nada menos do que 4.887 casos de violência contra as mulheres, em Gravataí! O número foi revelado hoje (8/3) à tarde na solenidade de abertura das comemorações do Mês da Mulher e Dia Internacional da Mulher, pela coordenadora da Casa Lilás, a psicóloga Analu Sônego, que também é assessora de Políticas Públicas para a Mulher na Prefeitura do município.
De acordo com Analu, o número foi registrado pela Casa Lilás desde a sua fundação, em 2007, até fevereiro deste ano. Ela considera que se trata de um volume bastante expressivo tendo em vista que um número ainda reduzido de mulheres compreende os sinais de que está sendo vítima da violência doméstica e que é menor ainda as que levam o caso ao conhecimento das autoridades.
A psicóloga Analu destacou a importância de as mulheres compreenderem o que é violência, física ou psicológica, que vai desde manifestações de ciúmes, que podem partir de companheiros, filhos e até mesmo de netos, até as agressões físicas que, não raro, acabam na morte da mulher. Em cerca de 80% dos casos os agressores são os próprios companheiros destas vítimas.
Com desfile
A abertura do Mês da Mulher, promovido pelo gabinete da primeira-dama Patrícia Bazotti Alba e com apoio de instituições públicas e privadas, se deu na tarde desta quinta na Praça da Bíblia, em meio às manifestações de um grupo de pessoas do movimento SOS IPTU que reclamam da atualização do cadastro imobiliário que elevou o imposto para quem ampliou a área construída.
Patrícia, assim como já havia se manifestado no evento Almoçando com a Acigra, ontem, quando dividiu o palco Daniela Kraemer, gerente de Relações Públicas e Governamentais da General Motors (GM), Karim Miskulim, fundadora, proprietária e editora da Revista Voto, voltou a defender a igualdade de direitos entre homens e mulheres.
— Não se trata de querermos tratamento igual considerando a situação de gênero, até porque temos muitas diferenças físicas. Nós, mulheres, por exemplo, podemos ser mães. O que é preciso entender e lutar para que aconteça é a igualdade de direitos, tanto no meio profissional quando pessoal — destacou a primeira dama do município.
Patrícia discorreu sobre o papel das mulheres na sociedade e a capacidade que elas possuem de administrar com maestria seus lares, famílias e trabalho, tudo ao mesmo tempo. A primeira-dama também chamou a atenção para situações de violência – física e psicológica -, opressão, preconceito, abuso e agressão contra as mulheres.
— É inadmissível que em pleno século XXI tenhamos casos de situações violentas, de abuso e preconceitos contra as mulheres. Somos todos seres humanos e por isso lutamos pela igualdade de direitos. Quero nesta data dar os parabéns a todas nós que batalhamos por uma sociedade cada vez mais justa, humana e igualitária — disse.
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Serviços
Através de inúmeras empresas parceiras foram disponibilizados, até agora há pouco, diversos tipos de serviços como testes de visão, embelezamento, distribuição de mudas, informações sobre doenças sexualmente transmissíveis, mostra de artesanato e brinquedos infláveis para diversão da criançada. Um desfile de mulheres representativas de diversos setores da sociedade também foi realizado.
: Mulheres que participaram do desfile posaram para foto com a primeira-dama Patrícia Bazotti Alba
Neste mês
Com programação diversificada de atividades na cidade, também será promovida no próximo dia 15, uma capacitação interna para os funcionários da Secretaria da Saúde (SMS) que fazem o atendimento às mulheres na rede básica e de urgência e emergência.
No dia 17, uma palestra conduzida pela primeira-dama deve reunir o público feminino na Cohab B, e no sábado, 24, haverá mais uma edição do Sábado Lúdico, na Morada do Vale I, com ações de saúde focadas à mulher negra. Também durante o mês, a rede de postos de saúde realizará atividades voltadas para a mulher nas unidades.
O que é Violência doméstica
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É todo tipo de violência que é praticada entre os membros que habitam um ambiente familiar em comum. Pode acontecer entre pessoas com laços de sangue (como pais e filhos), ou unidas de forma civil (como marido e esposa ou genro e sogra).
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A violência doméstica pode ser subdividida em violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Também é considerada violência doméstica o abuso sexual de uma criança e maus tratos em relação a idosos.
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Toda violência doméstica é repudiável, mas os casos mais sensíveis são a violência doméstica infantil, porque as crianças são mais vulneráveis e não têm meios de defesa. Mesmo quando a violência doméstica não é dirigida diretamente à criança, esta pode ficar com traumas psicológicos.
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Muitos casos de violência doméstica ocorrem devido ao consumo de álcool e drogas, mas também podem ser motivados por ataques de ciúmes.
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A maioria dos casos verificados são de violência doméstica contra a mulher, mas também há casos de violência doméstica contra o homem. Todos os dias, a polícia recebe aproximadamente 2 mil queixas de pessoas que alegam ter sofrido violência doméstica.
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Como em muitos problemas na nossa sociedade, a prevenção é muitas vezes a melhor solução. Muitos especialistas indicam que no caso da violência doméstica, o acompanhamento dos casais antes que o problema aconteça é crucial. Além disso, é importante que haja uma atuação imediata por parte de várias entidades quando aparecem os primeiros sinais de violência doméstica.
Violência doméstica no Brasil
: No Brasil, a violência doméstica é um problema enfrentado predominantemente pelas mulheres. Segundo dados da Central de Atendimento à Mulher da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, em 2014, aproximadamente 43% das mulheres que estão em situação de violência são agredidas diariamente.
: Em 2015, uma pesquisa feita através do DataSenado revelou que uma em cada cinco mulheres brasileiras já sofreram agressões físicas, seja pelo marido, namorado, companheiro ou ex-companheiro.
: Neste mesmo ano, o tema foi amplamente discutido no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que instigou os alunos a construirem uma redação sobre “A persistência a violência contra a mulher na sociedade brasileira”.
PARA SABER
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A lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, tem como objetivo lidar de forma adequada com a problemática da violência doméstica.
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Segundo o artigo 5º da lei "configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial".
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Apesar da criação desta lei, o número de vítimas da violência doméstica no Brasil não caiu. Segundo dados de uma pesquisa de agosto de 2013 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em alguns casos até houve um aumento.
4
De acordo com a Secretaria de egurança Pública, em São Paulo houve um crescimento de 10% comparando os primeiros semestres de 2012 e 2013.
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Cerca de 54% das vítimas de morte foram mulheres entre 20 e 39 anos, e aproximadamente 31% dos casos ocorreram em via pública, sendo que metade dos homicídios foram concretizados com armas de fogo.
6
Com a Lei Maria da Penha, o agressor pode ser punido com 1 a 3 anos de reclusão, além de ser obrigado a participar de programas de reeducação.
PARA DENUNCIAR
180 – Central de Atendimento à Mulher
0800.510.2468 – Centro de Referência da Mulher
Delegacia da Mulher – RS-030, 1013, Parque dos Anjos
Confira a reportagem do Seguinte: no video abaixo.