me corta os tubos!

DIA DAS MÃES | Tive duas mães para me aturarem

Minhas mães: Na foto maior, minha mãe adotiva Zienir e suas rosas. Na foto menor, minha mãe biológica, Mendia, que já não está mais entre nós.

Da série me cortem os tubos!

Me aguentem ou…

 

Pois é. Sou um cara de sorte, um privilegiado.
Não porque tenha grande riqueza material. Nem porque seja dotado de uma Inteligência acima da média! Ou porque seja portador de uma saúde de ferro… Nada disso.

Sou absolutamente normal!

Mesmo aposentado, continuo na luta para pagar as contas e os remédios, cada vez mais comuns – e caros! – na medida em que a idade avança.

Se tenho sorte, na verdade, acho que é um exagero. Mas isso é outro assunto.

Que sou privilegiado, com certeza!

Pelo menos em um aspecto muito importante, que é o fato de eu ter duas mães. Uma biológica, que me deu à vida, com quem convivi pouco e já nos últimos anos da sua existência – ela partiu em 12 de julho de 2017, há pouco menos de dois anos, portanto.

Dona Minche Roth – este era o nome dela. Ou Mendia, como os mais próximos a chamavam. Teve uma vida difícil, sofrida, viu dois de seus filhos – meus irmãos biológicos, mais velhos – partirem precoce e brutalmente. Mas aos que ficaram sob suas asas, tratou de dar o que comer e fez o melhor para encaminhá-los para a vida.

A outra, mãe do coração, a dona Zienir Francisca, que além de me abrigar e aquecer desde as minhas primeiras horas de vida, deu-me nome e sobrenome e mostrou-me o “norte”, para que eu seguisse a estrada certa mesmo que nesta eu encontrasse muitas pedras pelo caminho.

Neste Dia das Mães não vou poder estar com nenhuma delas.

Com a Mendia, porque já está zelando pelos filhos lá de cima, do lado do Homem!

Com a minha mãe adotiva, a Zienir, por razões profissionais que me impedem a viagem – que já programo para o outro final de semana.

Em razão da data, desmancho-me em homenagens às minhas duas mães.

Mas especialmente à que ainda me cerca, me puxa as orelhas e, mesmo que não diga, diz sempre o que acha que devo fazer e me alerta quando estou pisando no caminho mais difícil. Com meias palavras, olhares, subterfúgios.

Dona Zienir também teve vida difícil. Há pouco tempo, por exemplo, em 11 de abril de 2017, perdeu sua única filha biológica e minha irmã adotiva, a Catarina. Uma guria, com apenas 51 anos.

Foi costureira, ou modista como se dizia naqueles tempos, de mão cheia. Daquelas que faziam vistosos vestidos de noiva e até chamada foi para dar aulas de corte e costura quando já estava morando na cidade.

Judiada que foi, hoje, do alto dos seus 85 anos e irrequieta como só, ela mora só! E cuida dos afazeres do dia a dia amparada em duas muletas que a levam por todo canto. Claro, já sem a mesma agilidade e celeridade de tempos nem tão distantes.

Jamais vou conseguir compreender, ter o alcance, o discernimento, sobre o que vai no coração de uma mãe em relação aos filhos. As preocupações que carregam desde quando ele ainda é um recém-nascido, dá os primeiros passos, começa ir à escola.

Depois, já mais taludinho, passa a se engraçar com as gurias, se descobre para as coisas da vida, namora, trabalha, e passa a ter uma pseuda independência porque não se dá conta que nunca conseguirá, por mais que queira, romper o cordão umbilical.

Pelo coração de mãe passam coisas únicas, com certeza. Que nós, pais, por mais zelosos, presentes, preocupados que sejamos, nunca chegaremos ao nível das incertezas que as deixam com mais rugas e cabelos brancos.

Uma mãe, mesmo quando cobrada e exigida injustamente por um filho, geralmente atende aos apelos do rebento. Mesmo que esteja exaurida e já não veja mais com a exatidão de antes qual a rota seguir para desviar das ondas perigosas. Ela acha forças. Ou vai tentar encontrá-las.

Mãe é mãe em todos os momentos.

Ninguém pode negar a ela essa condição. E “ai” de quem ousar arriscar!

Mãe tem um amor incondicional.

Ser mãe não é uma tarefa fácil.

Por isso, neste Dia das Mães, mais do que render homenagens, peço desculpas, perdão até, pelas vezes em que fui um filho – digamos! – nem tão exemplar.

Pelas dores de cabeça que causei em todas as fases da minha vida. E as que ainda provoco.

Pelas ausências, pelo meu jeito tosco, pelas minhas carrancas e por não poder fazer o que tinha vontade ou o que era o mais correto.

Mãe – ou mães! – seres simplesmente supremos, divinos, recebam o meu carinho, o meu reconhecimento, o meu abraço e milhões de beijos não só pela passagem do dia que lhes é dedicado. Mas em todos os demais dias de suas existências.

Mães, como escrevi antes, porque esta mensagem também vale para minha filha Janaina, que é mãe. Para a minha nora Gabriele, que é mãe. Para a minha companheira Cláudia, que é mãe. Para a mãe dos meus filhos, Tânia, por tê-los me presenteado para a vida.

Para todas as mães que já partiram atendendo ao chamado de Deus.

E para todas as mães que existem na face da terra.

Vocês são, inegavelmente, seres supremos e, por isso, merecem que nos curvemos todos os dias aos seus pés!

 

Por estas e por outras que eu digo, para o mundo que eu quero descer.

Ah, aproveita e me corta os tubos!

Não, hoje não! Sem essa de cortar os tubos no Dia das Mães…

 

 

 

 

 

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