: Sônia, na Áustria, com a amiga Tuca (esquerda) e a filha Fernanda (direita), em frente ao Jardim de Sissi, Viena
A segunda-feira amanheceu ensolarada em Viena, e cedinho estávamos batendo perna pelo Centro Histórico. É fascinante ver a seriedade com que se trata o patrimônio cultural nesta cidade e os cuidados tomados para evitar a poluição visual e sonora. Eu gostaria muito que alguns empresários de Cachoeirinha, onde vivo, dessem um pulo aqui para se convencerem de que sim, se pode divulgar um negócio sem enfear a fachada do prédio onde funciona.
Ao sair da Karolinen Gassen (Travessa Karolinen), onde estamos hospedadas, demos de cara com uma escola pública diante da qual havia um “patinetário” lotado e, a partir dali, encontraríamos crianças, jovens e adultos se locomovendo de patinete por toda parte e muitos, muitíssimos ciclistas. Estes hábitos e o excelente sistema de transporte coletivo de Viena, integrado por ônibus, metrô e trens, fazem com que o número de automóveis em circulação seja perfeitamente suportável, tanto que, durante todo o dia, inclusive nos horários de pico, não vimos nada que se assemelhasse a um congestionamento de trânsito.
Também temos muito a aprender com os austríacos sobre a correta destinação dos resíduos sólidos. Esta questão é tão estrita que os containers de coleta seletiva têm, entre outros compartimentos, um para vidros incolores e outro para vidros coloridos. Em função da reciclagem, do tratamento dos resíduos orgânicos e da incineração, menos de 3% do que é coletado vai para os aterros sanitários. Pareceu-me interessante ver, por exemplo, que, em vez de areia, usam, nos playgrounds dos parques, madeira triturada, dos galhos que caem das árvores.
Entre os parques e praças que visitamos a que mais me impressionou foi a Praça dos Museus. Imaginem um complexo de museus, lojas de produtos culturais, cafés e restaurantes localizado em uma praça imensa onde também ocorrem eventos! Entre esses museus, um dos mais importantes é o Leopold, onde minha amiga Tuca e eu tivemos o prazer de conhecer a maior coleção do mundo de obras de Egon Schiele e uma ampla mostra do trabalho de Gustav Klimt, dois dos principais pintores austríacos.
Depois de percorrer, a pé, os principais pontos do Centro de Viena, estou convencida de que, aqui, o conceito de maturidade ativa é levado às últimas consequências, Vocês não têm ideia da quantidade de idosos que temos visto sozinhos ou em grupos nas praças e ruas da cidade ou batendo papo nos cafés. Aliás, o que não faltam, em Viena, são opções de cultura e lazer. Seria lindo se os gestores públicos brasileiros se dessem conta do quanto economizariam em saúde física e mental se investissem mais e melhor nessas áreas, pelo que geram de bem-estar e realização pessoal.
Ao chegar aqui, minhas filhas trocaram o vinho pela cerveja, que, pelo que dizem (não posso lhes confirmar, pois sou completamente leiga nesta matéria), é excelente, além de barata. Eu sigo no vinho e estou encantada com as padarias e confeitarias da cidade. Espero que os quilômetros que temos caminhado diariamente ajudem a queimar as calorias extras que tenho consumido…
A propósito, é comum encontrar cães acompanhando seus donos nos cafés e restaurantes, e soube que muitos hotéis também os aceitam sem problemas. Estou achando esta cidade perfeita demais. Deve haver algo que não funciona por aqui, mas não sei se terei tempo de descobrir…
Veja algumas das fotos do dia:
: Obra de Egon Schiele no Leopold Museum
: Obra de Gustav Klimt no Leopold Museum