A chegada de Lasier Martins já provoca ondas de choque no PSD. Uma intervenção na direção estadual foi confirmada nesta quarta, com Humberto Chittó assumindo a presidência e o senador se tornando o número 1 do Rio Grande do Sul em influência política.
O diretório de Gravataí pode ser o próximo a sentir o ‘mais de mesa’ da eletroplessão. Nos bastidores de Porto Alegre a Gravataí, uma intervenção é dada como certa com a destituição do presidente João Portella.
O Seguinte: foi ouvir Dimas Costa, o vereador mais votado do partido, sobre a crise na sigla e a possibilidade de que a intervenção leve a uma adesão à base do governo Marco Alba (PMDB).
Da qual foi oposição nos últimos quatro anos e três meses.
Seguinte: – Fala-se que a intervenção no PSD, que mostra a força com que chega Lasier Martins, também acontecerá em Gravataí e poderá levar o partido, que já integra os governos Sartori (PMDB) e Temer (PMDB), para a base de Marco Alba (PMDB).
Dimas – Espero que não aconteça. No governo, não estarei. Tínhamos um diretório eleito no Estado, que de forma antidemocrática foi destituído. Isso provoca muita insegurança aos filiados. Sou contra qualquer tipo de ação ditatorial, de cima para baixo, como essa. Já sobre Lasier, entendo que ele representa o que há de pior na política. Dele, só sei que assinou um documento sem ler e nem preciso saber mais.
Seguinte: – Mas, se acontecer uma intervenção e levar o partido para o governo Marco, para onde já está indo o vereador Bombeiro Batista, podes ser enquadrado, ao lado vereador Dilamar Soares, a votar com a base sob ameaça de expulsão por indisciplina partidária.
Dimas – Nunca fui, nem serei enquadrado por partido quando as determinações conflitarem com meus princípios. Fui eleito pela oposição e apoiei candidaturas de oposição nas eleições de outubro e março. Nunca deixei e nem deixarei de manifestar minhas opiniões.
Seguinte: – Te incomodam os votos dos deputados do partido na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal?
Dimas – Muito. Não me representam, por exemplo, na votação da terceirização.
Seguinte: – O deputado federal Danrlei de Deus não te representa, então?
Dimas – Nessa votação não. Quem votou a favor da terceirização, votou contra os trabalhadores. Quem votar a favor da reforma da previdência, também.
Seguinte: – Não temes por uma expulsão por te rebelares contra o partido?
Dimas – Rebelar? Eu estou onde sempre estive, ao lado das minhas convicções. E minha expulsão já foi pedida publicamente no ano passado, o Seguinte: noticiou, com testemunhas até. Nem por isso arredei um milímetro dos meus princípios e das opiniões que aqueles que me elegeram conhecem bem. Pode perguntar: ninguém terá dúvidas sobre meus votos. Se prejudicar o trabalhador, voto contra.
Seguinte: – Usas no facebook a hashtag Dimas 2020 e apoiadores teus também. Há espaço no PSD para uma candidatura a prefeito?
Dimas – Sou candidato a deputado federal e a prefeito. Onde eu estiver, disputarei a indicação. Acho que neste segundo mandato completo um ciclo e dificilmente concorro à reeleição. Estou me preparando, cursando Gestão Pública, acho que em 2020 é minha hora de concorrer a prefeito.
Seguinte: – Como está a relação com Daniel e Rosane Bordignon, a quem apoiaste no ‘veraneio das urnas’?
Dimas – É uma relação de muito respeito, são pessoas que admiro, com trajetória políticas ao lado do povo. Apoiei a candidatura que mais me representava frente ao poderio do atual governo. Mas não há nenhuma conversa entre nós sobre 2020.