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Dinheiro das multas vai para cuidar das crianças fora do portão da escola

Projeto envolve R$ 3 mlhões com recursos de multas para adequar o entorno das escolas | DIVULGAÇÃO

Entre janeiro e agosto deste ano, 12 pessoas morreram no trânsito de Gravataí. Uma média superior a uma vítima por mês, que tende a repetir o alto índice de 17 vítimas no ano passado. Para frear e tentar reduzir este dado, a prefeitura aposta na transformação dos costumes no trânsito da cidade. Não é novidade o trabalho do setor de educação para o trânsito com os estudantes e professores da rede pública municipal de Gravataí. A diferença agora, promete o secretário de Mobilidade Urbana, Alison Silva, é que as crianças terão, também do portão para fora da escola um ambiente propício à multiplicação das boas práticas que aprenderam.

— Nós começamos a colher relatos em escolas de que o ensinamento que já vínhamos fazendo acabava se perdendo ao passar do portão, porque, em muitos casos, não tem sequer uma faixa de pedestres na rua para a travessia segura dos estudantes. De que adianta ensinarmos algo, se a prática não bem assim? — diz Alison Silva.

 

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Na manhã desta quarta, o secretário apresentou ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes) da cidade o Plano de Revitalização, Sinalização, Educação e Fiscalização do Trânsito no entorno das escolas. Será um trabalho conjunto com a educação para o trânsito, de transformação da quadra onde fica cada uma das escolas municipais. Desde a criação de faixas de trânsito elevadas — facilitam a acessibilidade — até o emplacamento das ruas, a adaptação dos passeios públicos, de acordo com cada localidade e, esta parte ainda pendente de recursos, a reforma do calçamento nas quadras onde há escolas municipais.

O projeto é orçado em pelo menos R$ 3 milhões. Cerca de R$ 300 mil já estão em investimento na criação dos projetos, pela empresa Tranzum, e outros R$ 2,7 milhões serão investidos em uma licitação já aberta para a execução das sinalizações e adaptações viárias.

— Todo o recurso usado neste projeto vem do que foi arrecadado pelo município em multas. É exatamente este tipo de aplicação que a legislação determina para este dinheiro e, esperamos surta efeito futuro nos números da violência no nosso trânsito — estima o secretário.

 

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O projeto-piloto

 

Segundo ele, já estão prontos os projetos de transformação de 75 escolas. A meta da prefeitura é abranger, com o trabalho completo de educação e obras, quatro escolas a partir de novembro deste ano e, em 2019, chegar a 100% da rede municipal. O projeto-piloto será no colégio Nossa Senhora Aparecida, no bairro Santa Fé, e as primeiras escolas a receberem as mudanças serão as que já tenham passado por alguma ação de educação para o trânsito.

Lá, a travessia em frente ao portão da escola já foi elevada e, nos próximos dias, deve ser feita a nova pintura da faixa de segurança e outras sinalizações.

— Em cada escola, o projeto dura pelo menos 10 dias, desde as ações em sala de aula, as reuniões com a direção e professores, reuniões com os pais e prestadores de serviços de vans, por exemplo, até a saída com as crianças a campo, no entorno da escola, para ilustrar aquilo que se ensinou. A partir daí, eles vão multiplicar em suas casas e comunidades as boas práticas no trânsito — explica o secretário.

A definição das outras três escolas que receberão a nova ação ainda este ano será feita em conjunto com a pasta da Educação. A ideia de Alison Silva é incluir a escola de educação especial Cebolinha e a escola municipal especial para surdos (EMEES) neste primeiro pacote do projeto.

 

Contra a cultura do desrespeito

 

Segundo Alison, em três anos de ações do programa de educação e segurança no trânsito, Gravataí reduziu em 51% o volume de acidentes na cidade. Mesmo com uma frota em crescimento constante. Emplaca-se, em média, até 20 carros por dia na cidade. Desde 2000, a frota mais do que triplicou. Mesmo com a redução na acidentalidade, as mortes preocupam e os atropelamentos são uma característica triste da cidade.

— Estamos trabalhando contra uma questão cultural bem básica. Aquele costume das pessoas não respeitarem o local de travessia para pedestre, dos motoristas não respeitarem a faixa de pedestres. Estamos atuando fortemente para reforçar a sinalização na Avenida Dorival de Oliveira, que é o principal ponto de preocupação — diz.

É que, das 17 vítimas no ano passado, 12 morreram na principal avenida da cidade.

— Quando refizemos a sinalização próxima do viaduto sobre a RS-118, zeramos o número de mortes naquele ponto. A ideia é agir em todos os pontos críticos com sinalização e educação. Mas também partiremos para ações de fiscalização mais enérgica, como radares à noite — aponta Alison Silva.

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