Um diretor da Prefeitura de Cachoeirinha foi detido por desacato a agente de trânsito após abordagem em Balada Segura, na noite desta quinta-feira. Ele foi liberado na madrugada após a lavratura de termo circunstanciado na Delegacia de Polícia Civil de Pronto Atendimento (DPPA).
O CC, que em vídeo ao qual o Seguinte: teve acesso ameaça “exonerar” o agente de trânsito, continua lotado na Secretaria da Educação.
– Tu pode escrever: eu vou te exonerar – disse, ao entrar na viatura.
A esposa do diretor, que dirigia o veículo sem habilitação, chegou a ligar por duas vezes para o secretário de Mobilidade, responsável pela operação, mas Emerson Santos garante que apenas orientou os agentes a seguirem a legislação.
A abordagem aconteceu próximo à meia-noite, em frente ao 26º Batalhão de Polícia Militar. Foi constatado que a condutora não tinha CNH. O teste do etilômetro não evidenciou consumo de bebidas alcoólicas. Enquanto aguardavam um amigo resgatar o carro, ocorreu o incidente entre o diretor, que estava na carona, e agente de trânsito.
– Como ele tinha bebido, pediu para a esposa dirigir. Ele alega ter sido provocado por ser conhecido e só questionou o azulzinho por ter sido deixado por duas horas dentro da viatura. Quando saiu do veículo para cobrar o agente, recebeu voz de prisão por desacato. O vídeo é deste momento – explicou ao Seguinte: o advogado Adriano Luz, que representou o diretor da Prefeitura na DPPA e conseguiu a soltura após ser lavrado termo circunstanciado.
– É um crime considerado de menor potencial ofensivo. Ele vai responder junto ao Juizado Especial Criminal. O Ministério Público costuma propor como transação penal o pagamento de salário mínimo ou dois meses de prestação de serviços – completa.
O secretário de Mobilidade relatou ao Seguinte: como se comportou ao receber as ligações da companheira do diretor da Prefeitura. Na primeira, ouviu o relato da abordagem; na segunda, um pedido de socorro ao ser dada a voz de prisão.
– É comum conhecidos serem abordados e ligarem para os secretários. Expliquei que a lei deveria ser cumprida e ponto. O poder é do agente de trânsito. O governo age dentro das diretrizes da legalidade – disse, negando qualquer interferência para evitar a prisão do colega de Prefeitura.
A pedido do Seguinte:, a Prefeitura enviou nota, por meio da Comunicação: “O servidor em questão não estava em serviço, logo não nos manifestaremos sobre sua conduta particular. Os servidores que atenderam o caso cumpriram a legislação e levaram o caso para a autoridade policial, que vai apurar os fatos”.
Ao fim, resta amanhecido da polêmica que nem o agente de trânsito será exonerado, como foi ameaçado, nem o diretor que ameaçou será demitido pelo prefeito Cristian Wasem (MDB).