Na fórmula de distribuição entre os partidos dos cerca de 300 cargos no futuro governo ‘Zaffa 2’, o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) descontou do PP de Gravataí as votações do vereador eleito Hiago Pacheco e do suplente Gilson Cardoso, o Bocão. Restaram os votos dos vereadores reeleitos Roger Correa e Evandro Coruja, além dos demais suplentes.
Reputo há justificativa, ao menos conforme documento a que o Seguinte: teve acesso, assinado por Roger, que é presidente municipal do partido.
Em 3 de abril, um dia antes do fechamento da janela de transferências partidárias, os dois então pré-candidatos, e um terceiro concorrente, Neri Facin, foram liberados a fazer campanha para outros prefeituráveis.
Reproduzo o ofício e, abaixo, sigo.
Hiago e Bocão fizeram campanha aberta para o ex-prefeito Marco Alba e, portanto, contra Zaffa. Neri, ao menos publicamente, como o sacristão da Salamanca do Jarau, apoiou a reeleição do prefeito.
Agora, na fórmula para a partilha dos cargos na Prefeitura, os votos dos dois primeiros foram descontados.
Há de se observar a data do documento. Assinada no último dia do prazo para troca de partido, a autorização segurou Hiago e Bocão no PP. Mas, também, permite a leitura de que a sigla ainda não estava totalmente fechada com Zaffa. O presidente Roger, inclusive, ainda teve reuniões com Marco Alba – uma delas na casa do ex-prefeito – antes da decisão em convenção de permanecer na base de governo e apoiar a reeleição.
Nenhum crime nisso. É da política. Mas agora a conta veio. Junto a um injusto mimimi, de bastidor, pela perda de cargos. Toda ‘esperteza’ – e uso aspas porque reputo que, salvo melhor juízo, o documento representa uma espécie de burla à lei da fidelidade partidária – tem seu preço.
Ao fim, é como dizia Millôr: “O futuro chega com tal rapidez que começo a desconfiar que agora já está atrás de mim”.
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