Levi Melo é um sobrevivente de 2016. Quase perdeu a vida após um acidente dentro do comitê de campanha e, somente na semana passada, quatro meses depois, voltou a vestir o jaleco branco e operar, ainda como médico assistente, após uma centena de sessões de fisioterapia que, aos poucos, lhe devolvem a mobilidade e a força no pulso esquerdo.
Se a alta está prescrita no prontuário da vida, a ressonância da carreira política ainda precisa de contraste. Nem com estetoscópio dá para ouvir Dr. Levi por esses dias, desde que renunciou ao vice de Anabel Lorenzi (PSB) 10 dias depois de ser anunciado, com pompa e constrangida circunstância.
Se, como os compromissos profissionais, uma janta da maçonaria na semana passada anunciou que a vida social anda a mil após um período de reclusão, Levi não atende ao telefone quando identifica na tela do celular Rafael Martinelli (Seguinte:)
Sua assessora, a competentíssima jornalista Márcia Dienstmann já gastou todas as desculpas possíveis antes da mentira, para não dizer textualmente que ele não quer falar sobre política.
Paralelamente, entre emoticons de dúvida e raiva, internautas cobram pelo facebook que o Seguinte: divulgue “o apoio do Dr. Levi a Marco Alba”.
Sem a palavra do médico, não há nada oficial.
Contextualizando, é uma possibilidade que se transforma em probabilidade ao lembrarmos que Levi, cinco dias após ser anunciado vice de Anabel, levou a seu partido, o PSD, uma proposta de aliança com o ex-prefeito do PMDB.
E, investigando, apuramos que depois do mico político a que foi submetida a coligação PSB-PSD, o PRB, da base de Marco Alba, sonha, já em REM, com a filiação do médico para ampliar os horizontes para além do ‘vírgula, partido da Igreja Universal do Reino de Deus’.
Mas Dr. Levi parece examinar minuciosamente seu próximo movimento. Um novo erro de diagnóstico, como foi a curta parceria com Anabel, pode complicar, ou até abreviar, sua vida política.
Ao fim, como fez durante esse período em que convalesceu em sua casa na Paragem Verdes Campos, lendo muitos artigos em revistas especializadas de medicina, Dr. Levi deve estar estudando se o remédio para a sobrevida de seu sonho de um dia ser prefeito de Gravataí não pode ser bem caseiro: a volta do PMDB de Marco.
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