Levi Melo não vai concorrer a nada nesta eleição. Não caiu no ‘conto do vigário’, mas no ‘conto do pastor’, já que se filiou ao PRB – sobrenome: Partido da Igreja Universal do Reino de Deus – com a promessa de ganhar graças, mas só levou selfies, um título de cidadão e salmos de uma noite de verão.
Faz bem o Dr., um dos médicos mais conceituados e famosos de Gravataí, em ficar operando em sua Millenarium e não apresentar uma candidatura a deputado estadual que – mesmo sendo ele, Levi, presidente do PRB municipal – não teria apoio nem do único vereador do partido, Fábio Ávila.
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Levi foi seduzido pelo poderoso pastor Carlos Gomes, deputado federal, presidente no Rio Grande do Sul e um dos líderes nacionais do partido, com a conversa de que o PRB buscava uma transformação, atraindo nomes de fora da igreja, como aconteceu e deu certo, com a eleição de Daniel Guerra à prefeitura de Caxias do Sul. No culto de filiação, cogitou-se até ungi-lo candidato a governador, vice ou senador e, no mínimo, ser o número 1 de Gravataí à assembléia legislativa.
Mas, chegou na hora de entrar em campo e a 10 que seria de Levi permaneceu com um veterano, Sérgio Peres, deputado estadual que, candidato à reeleição, teria apoio dos pastores – como ele também é – e de fiéis da Iurd em Gravataí.
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Não pelo dinheiro, já que Levi é milionário, mas pelo prestígio, nem verba para campanha garantiram para ele, que marchou com mais de R$ 200 mil em dívidas da eleição à prefeitura pelo PSD, em 2016.
Polido como sempre, Levi não quer falar e antecipar o comunicado que fará na convenção estadual do dia 4. Atendeu ligações do Seguinte:, mas disse que retornaria depois. O que não fez, talvez poupando-se de ter que enrolar, comportamento que não gosta e inclusive o atrapalha na política. Mas impossível frente a tamanho abandono não ter perdido a crença, apesar de manter como capa de seu perfil de facebook a arte 'Dr. Levi é 10' – número do partido.
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Dr. Levi pode ter um Novo caminho pela frente, assim, com N maiúsculo. É a desconfiança do meio político após seu fiel escudeiro Régis Fonseca postar apoio e foto ao lado do candidato a deputado federal Marcel van Hattem, do Partido Novo – espécie de PSol da direita.
Aqui na aldeia, quem ganha com Levi fora da eleição é a primeira-dama Patrícia Bazotti Alba (MDB), candidata a deputada estadual que – alguém contesta?, encomende pesquisa! – herda, ou pelo menos não perde, muitos votos que iriam para o médico, a quem apoiou como candidato a assembléia em 2014 e de quem o marido, Marco Alba (MDB), recebeu apoio na reta final da eleição em 2017.
É possível avaliar que Levi fora da eleição é um reforço tão importante para a candidata do governo quanto foi para a reeleição do prefeito.
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