política

Dr. Levi vai doar meio milhão em alimentos com seu salário de vice-prefeito de Gravataí; O bom e o ruim

Dr. Levi assumiu como vice-prefeito de Luiz Zaffalon em 1º de janeiro de 2021

Levi Melo vai doar mais de meio milhão em alimentos, até o fim de seu mandato como vice-prefeito de Gravataí. Mantenho a opinião de que é bom para quem tem fome, ruim para a política, como argumentei em Vereador de Gravataí doar salário é bom para escolas e ruim para política.

Dr. Levi tem repassado os R$ 10.056,50 de seu salário líquido para o comitê de solidariedade. Serão 52 parcelas, contando o 13º, que chegarão a R$ 523 mil.

A última doação feita na sexta-feira já teve cestas básicas montadas pela equipe do Banco de Alimentos e encaminhadas aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

– Sabemos da realidade das famílias que pedem ajuda neste período pandêmico. Por isso, sempre arrecadamos e priorizamos a entrega para quem necessita. Os profissionais dos Cras agem com seriedade e responsabilidade, a fim de amenizar a falta de alimentos e roupas. Estas ações podem ser acompanhadas no site da Prefeitura de Gravataí – disse Dr. Levi.

A prestação de contas das doações recebidas e entregues é atualizada, em tempo real, e está detalhada no site oficial do município clicando aqui.

Reproduzo trechos do que escrevi no artigo sobre o vereador Thiago De Leon, que nos 8 meses de seu primeiro mandato já doou R$ 25.246,55 a escolas da cidade, no qual citei Levi, e abaixo concluo.

“…

Não é crítica pela crítica. É fato. Ou nunca passou pela sua timeline, no Grande Tribunal das Redes Sociais, uma petição para políticos receberem salário mínimo ou nada?

Reputo não ser papel de vereador fazer doações, mesmo que para instituições públicas (o que desconfigura compra de votos). Fiscalizar e legislar é a obrigação, o que, registre-se, Thiago também faz – e bem para um estreante de 26 anos.

Mas eliminar a remuneração dos políticos, ou exigir pela pressão na campanha que doem parte dos vencimentos, afasta da política quem não tem condições financeiras de se manter sem o salário.

Uma política só das elites não faz bem à democracia.

Pior: pode fazer com que o político pague de bonzinho doando de um lado e, de outro, morda os assessores na rachadinha de salário que, conforme o ministro do STF Alexandre de Moraes, é crime com enriquecimento ilícito e danos ao erário – o que configura ‘ficha suja’ e, em caso de condenação, inelegibilidade por 5 anos.

Parênteses: não há nenhum relato ou indício de que Thiago esteja envolvido nisso; e nem é seu perfil, arrisco ser fiador. Investigados até hoje foram outros. Nenhum processado ou condenado.

E, se aplaudo Thiago por doar parte do salário para escolas públicas, em vez de comprar uniformes para clubes de futebol ou distribuir dinheiro para eleitores, também critico por, no que considero o mundo ideal, colaborar com o Zeitgeist, o espírito do nosso tempo, que não permite aos políticos nada além da presunção de culpa.

Thiago pode doar e sobreviver bem. Assim como o vice-prefeito e médico Dr. Levi (Republicanos), que repassa todo seu salário para o Banco de Alimentos. Os dois moram na Paragem Verdes Campos, um dos condomínios nobres de Gravataí.

Não é justo exigir o mesmo de um político da periferia.

É um erro ao qual boas ações como a de Thiago e Levi induzem o eleitor.

…”

Ao fim, aplaudo, porque a fome é uma realidade, mas faço a observação das consequências.

Dr. Levi, que é proprietário da Millenarium, uma das clínicas mais bem sucedidas do RS, tem condições de doar o salário público que ganha. E o faz.

Discretamente, a não ser quando vereadores o cercam para foto de post.

Poderia não doar, ou repassar um pouco de comida aos pobres para aparecer na foto ou expiar culpas.

 

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