Antes de mais nada, espero queimar a língua no início de dezembro. Tomara que Grêmio ou Internacional vençam a liga nacional considerada uma das mais difíceis e equilibradas do Planeta Bola. Entretanto, é inegável que não estamos entre os principais candidatos.
São 38 finais, como se convencionou dizer, com o perdão do clichê. Lesões, suspensão por cartões, convocação para seleções, atenção divididas com as Copas. Talvez tenhamos times competitivos para sonhar com o lugar mais alto do pódio, mas desgraçadamente, não temos elenco à altura do desafio.
Flamengo e Palmeiras novamente despontam como os notáveis postulantes. Não apenas pelo poderio do 1 a 11, mas principalmente, pelas fartas opções no banco de reservas — em qualidade e quantidade. Viramos praticamente a Liga da Espanha, onde duas “equipas” vencem nove em dez campeonatos.
Os Rubro-negro tende a renascer nas mãos de Jorge Sampaoli. No comando da Seleção do Chile, venceu duas vezes a Copa América com perfomance, desempenho, rendimento e “toques” de futebol moderno — para o terror dos “dinossauros”.
O verdão, com Abel Ferreira, é mestre em “goleadas” de 1 a 0. Pragmatismo e pontos corridos parecem ter nascido um para o outro.
Copa Libertadores e Copa do Brasil! Somente elas podem garantir chances à dupla Gre-Nal. Justifico: se os favoritos avançarem nas copas, tendem a deixar o Brasileirão como Plano B. O Atlético-MG, embora a oscilação com Eduardo
Coudet, surgiria como ameaça principalmente pelas alternativas de elenco. Tudo no campo teórico do pitaco, evidentemente.
No Grêmio, que tanto negligenciou o Brasileirão nas últimas temporadas, o foco parece ser justamente a competição de pontos corridos. Ao menos foi o que declarou Renato Portaluppi logo após a conquista do Hexa estadual.
No lado colorado, os bônus financeiros a cada fase superada nas copas, fazem do mata-mata o foco absoluto. Não houve declaração oficial a respeito, mas nem precisa, né?
Somente a chegada de reforços e/ou a ascensão de jovens das categorias de base poderiam mudar nosso status na prateleira dos favoritos.
O melhor do futebol, entretanto, é justamente as surpresas que ele proporciona. Tomara que a “zebra” vista azul, preto e branco ou vermelho e branco.
Tomara que o engasgado grito de Campeão do principal torneio do país ecoe em Porto Alegre. Eu duvido, mas não deixo de torcer.
A utopia é o combustível da humanidade…