SAUL TEIXEIRA

Dupla Gre-Nal e os legados do clássico 447 para a temporada

Apesar do empate, o Grêmio voltou a jogar, minimamente, como Grêmio. Ufa! A postura da etapa inicial, com sangue no olho e faca entre os dentes, ilustra aquilo que imaginávamos: o elenco não é tão “desgraçado” assim e, portanto, os resultados não estavam sendo compatíveis com a qualidade à disposição. Méritos ao interino Jaime Freitas.

Se estamos elogiando a postura, é preciso criticar a falta dela dias atrás. Se tivesse empregado meio porcento da energia do clássico, certamente não teria sido goleado pelo Mirassol. Ali está claro que o grupo, de fato, queria a mudança no comando técnico. Ao ser goleado, a vontade se materializou. O vestiário, quando não existe comando, pode ser nefasto. Mano Menezes e, sobretudo Felipão, cairiam como uma luva também por isso.

Pelo lado do Inter, faltou colocar o favoritismo em campo. Mesmo contra um adversário em frangalhos, o time de Roger produziu pouco, bem pouco, quase nada. E só não foi derrotado pelo erro de arbitragem ao final da partida. Erros, aliás, que prejudicaram os vermelhos contra Palmeiras e Fortaleza, por exemplo. A banca paga e recebe, como diria o poeta. A moeda sempre tem dois lados!

Com a saída dos pontas e o ingresso de dois meias, Bruno Tabata e Gabriel Carvalho, o Inter virou senhor das ações na etapa final, mas faltou poder de fogo. No primeiro tempo, com Alan Patrick bem marcado, o time não tinha transição. Sucumbiu pelo maior vigor do adversário. Perdeu no suor, na vontade, na disposição. Isso não pode. Futebol não é apenas exercício da técnica. Que sirva de alerta para a sequência da temporada.

Na seara das individualidades, menção honrosa ao estreante gremista Marlon, novo titular da camisa 6, e ao ponta-direita Kike Oliveira. Pelos colorados, o retorno de Gabriel Carvalho, visivelmente mais forte fisicamente, é um senhor acréscimo no setor crucial: a meia-cancha. Ainda mais com a fama atual de Alan Patrick, o que certamente aumentará ainda mais a marcação sobre o camisa 10. A presença de apenas um ponta deve ser tendência para as próximas partidas. Talvez seja o maior legado para a temporada alvirrubra.

Na Arena, talvez se concretize o que falamos em algumas mesas de bar por aí: Mano Menezes ajeita o time do Grêmio em três jogos. Talvez demore um pouco mais, mas é certo que o time vai estancar a sangria defensiva em breve. Até as cadeiras da Arena já sabem… com Mano, o Grêmio será muito mais Grêmio. Pelo menos no suor. O que, convenhamos, já será um extraordinário legado do Gre-Nal 447.

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