opinião

Duplicação completa da RS-118 é uma fake news

RS-118, em foto de dezembro de 2019

Em A última promessa de concluir a duplicação da 118 até dezembro, o Seguinte: reproduziu na sexta-feira trechos de artigo do secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, que atesta que 80% da duplicação está pronta e a obra será entregue até dezembro com os R$ 131 milhões financiados pelo governo Eduardo Leite.

Sem torcida ou secação, mas o chato aqui traz más notícias e um apelo. São os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos. E, infelizmente, atropelam até boas intenções.

Mobilizemo-nos, porque a duplicação, como está sendo tocada, é uma ‘fake news’!

Ou uma meia verdade, invariavelmente com uma e outra metade diametralmente próximas da mentira.

A duplicação das pistas de rolamento principal não configura a conclusão completa da obra. O ‘retão’ não contempla as intervenções necessárias para o funcionamento harmônico e seguro do tráfego na 118, a partir das interfaces com outras rodovias e sistemas viários municipais que a estrada cruza.

Gravataí é um exemplo.

Algum técnico do governo assina um atestado de que pistas laterais estarão concluídas até dezembro?

Difícil.

O acesso ao Distrito Industrial não tem nenhuma solução de engenharia compatível com a própria via. Estima-se que a intervenção ideal custe mais de R$ 20 milhões.

Há como considerar a 118 concluída quando há um bloqueio total da Avenida Brasil, uma das alternativas mais importantes do sistema viário local?

E as alças de acesso da Avenida Dorival de Oliveira a 118 e para a RS-020?

Não se trata de minimizar o esforço do governador para ‘concluir’ uma obra cuja necessidade é uma unanimidade, e que se arrasta desde a colocação da primeira placa, em 1998.

O que é preciso evitar é que, após o corte da fita, prometido para dezembro, a 118 seja esquecida, já que estará ‘pronta’, enquanto faltam ligações tecnicamente viáveis com as cidades que a rodovia cruza. Por óbvio, não será o DAER e seu 'orçamento zero' a investir os mais de R$ 20 milhões necessários só em Gravataí.

Ao fim, se a grande mídia não entrar nessa pauta para além dos releases comemorativos de governos, e as comunidades restarem amorfas, teremos uma duplicação cheia de boas intenções, mas tecnicamente uma obra ‘fake news’.

É uma visão técnica, não política.

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