RAFAEL MARTINELLI

É muito estranha essa história do di(e)strato entre ex-BBB e Shopping do Vale para abrir abrigo para 700 pessoas em Cachoeirinha

Maíra Cardi fez postagem se dizendo ameaçada após negócio frustrado com shopping

É, no mínimo, estranha essa história do suposto di(e)strato entre a ex-BBB Maíra Cardi, o marido investidor Thiago Nigro e o Shopping do Vale, para instalar em Cachoeirinha um abrigo para 700 pessoas vítimas das inundações naquilo que virou o ‘Grande Rio da Região Metropolitana’.

Além do fiasco nacional, restou a imagem de uma cidade de bandidos, já que a influenciadora postou para seus milhões de seguidores um vídeo dramático no qual denuncia que ela e a família foram ameaçadas. E a administração do shopping silencia.

– Não posso contar. É perigoso abrir tudo aqui – disse, sem esclarecer de onde partiram as ameaças, ou a motivação, mas informando que sua equipe foi maltratada em Cachoeirinha.

Ocorrência policial não há, ainda.

A iniciativa de Maíra – que, enquanto buscava mais informações, evitei publicar sobre, mesmo que as celebridades tenham ocupado manchetes heróicas e elogiosas até na mídia nacional – parecia-me ambiciosa demais.

SETECENTAS PESSOAS vivendo dentro de um shopping? E, como a influenciadora anunciou no Instagram, acomodadas por tempo indeterminado em quartos individuais, que seriam construídos, conforme ela, em “baias” com mobília e TV.

Como o shopping segue em funcionamento, os poucos banheiros precisariam ser coletivos para clientes e para a pequena cidade instalada ali, onde nunca vi chuveiros.

Alguém mais familiarizado com o shopping poderia me esclarecer se cabem 700 pessoas em todo estabelecimento?

Comungo que, em uma catástrofe, toda intenção de ajudar deva ser louvada, mas percebi algo de deslumbre no anúncio do megaprojeto, feito antes mesmo da assinatura de um contrato formal entre as partes.

– Que criança nunca sonhou em dormir e morar dentro de um shopping? Agora terão essa oportunidade – disse a ex-BBB, mostrando como coletivos espaços do shopping como cinema, brinquedoteca, academia e até o Universitário.

“Oportunidade”, senhora?

Após o negócio frustrar, a influenciadora, dizendo-se preocupada com “mulheres na rua” e com “o frio gaúcho”, garantiu nas postagens que segue procurando um “lugar grande” para “alugar”.

– Não vou abandoná-las – garantiu Maíra Cardi, em seu Instagram, onde você acessa todas as postagens sobre a polêmica.

Dinheiro o casal tem. Inclusive para ajudar sem pedir pix.

Menos mal que, pelo que apurei, não há famílias sem abrigo, a não ser por opção. Arredondando, Cachoeirinha acolhe hoje 200 moradores locais, 900 de Canoas e 300 de Porto Alegre. O Conselho Tutelar verifica regularmente a condição das crianças.

Inclusive, nesta segunda, voluntárias de Cachoeirinha abrem espaço com 30 vagas exclusivamente para mulheres e crianças (meninos até 12 anos). Desde terça o local está pronto. O grupo já está percorrendo abrigos oferecendo as vagas, que tem acompanhamento médico e psicológico.

As informações estão no Instagram da Amari, Acolhimento Mulheres e Crianças. Clique aqui para acessar.

Ao fim, no Grande Tribunal das Redes Sociais, sobrou até para o prefeito Cristian Wasem, cuja única responsabilidade que identifico é com o mico de aparecer em vídeo no shopping ao lado das celebridades.

Com a falta de esclarecimentos do Shopping do Vale, mesmo frente a internautas incitando um boicote aos lojistas, e napoleões de hospício culpando até Leite e Lula, só falta sobrar para Deus. É que lá no primeiro vídeo, quando anuncia o lugar, Maíra Cardi diz que foi “coisa de Deus”, “nem um milímetro eu ou outra pessoa, foi Deus”.

Fato é que nem Leo Dias, o maior fofoqueiro do Brasil sobre sub e celebridades, contou algo além da versão misteriosa da ex-BBB.

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