opinião

É oportunismo projeto sobre ’escândalo dos livros’; quem é o próximo?

Vereador Fernando Medeiros fez post para anunciar projeto

A ‘nova’ política parece ter escorrido de vez para Cachoeirinha. É como no governo Jair Bolsonaro: uma diatribe logo suplanta a outra.

Nesta segunda, tratei no artigo O ’escândalo dos livros’ que não era escândalo; menos, vereador! das críticas que o vereador Marco Barbosa fez ao governo Miki Breier (PSB) com base em reportagem do Fantástico, mesmo sem nenhuma comprovação de envolvimento de alguém da Secretaria da Educação ou de Cachoeirinha na tal reciclagem de livros didáticos, para além da empresa que fez papel higiênico das letras ter sede no município.

Minutos depois, o político negou ter se referido ao governo, e publiquei seus argumentos enviados ao Seguinte: em O direito de resposta do Marco.

Não deu minutos e o presidente da Câmara, Fernando Medeiros (PDT), postou em seu perfil no Facebook:

– Acabo de finalizar Projeto de Lei que veda a operação de reciclagem de livros didáticos os quais estejam dentro do prazo de validade ou lacrados sem uso, por parte das recicladoras de Cachoeirinha. A infração poderá culminar na cassação do alvará de funcionamento do estabelecimento. Os livros deverão ser reaproveitados conforme as normas do MEC e da Secretaria de Educação, de forma a beneficiar as escolas que faltam exemplares para os seus alunos.

Mas é o ‘ó’ do oportunismo.

Agora não com origem na oposição, mas na base do governo.

Primeiro porque o projeto, no que se aproxima do constitucional, que é evitar que a política de educação do governo queime livros, vai do nada a lugar algum. O Ministério da Educação já proíbe a reciclagem de livros por um período de três anos e a secretária da Educação Rosinha Lipert informou que livros excedentes são doados à comunidade escolar ou ficam na biblioteca da Smed.

Segundo, porque é inconstitucional a Câmara prever punições às recicladoras por usarem livros – um material não tóxico – como material. O controle sobre a educação pública é obrigação do governo, não da iniciativa privada.

Ao fim, serei eu tão chato assim por achar que tem coisa mais importante para alimentar o selfie do dia?

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