opinião

É ridícula ’denúncia’ do MBL de Cachoeirinha contra o prefeito; o vereador araponga

Página do movimento dá ares de gravidade a conversa vazada entre prefeito e vereador

Depois dos Grandes Lances dos Piores Momentos que tratei no artigo MBL vai importar fake news para Cachoeirinha?; sem pseudônimo aos bois, o 'Movimento Brasil Livre' de Cachoeirinha faz estágio no que brothers país afora são especialistas: manipular a opinião pública usando de meias verdades, invariavelmente a metade mais próxima da mentira.

A página do divulga como ‘denúncia’ áudio em que o prefeito Miki Breier (PSB) conversa com o vereador Paulinho da Farmácia (PDT), o genérico, não o Paulinho da Farmácia de Gravataí, sobre a eleição para a Presidência da Câmara.

Ouça o áudio clicando aqui e tire suas conclusões.

As minhas são óbvias, sem torcida ou secação.

Compartilho a análise de, olha só!, David Almansa – líder da oposição (a oposição real, e não, como bem descreve o folclórico Agente Kauer, ‘Situação A’ e ‘Situação B’).

O presidente do PT comentou assim na postagem:

– Onde tem denúncia aqui? Vi um prefeito articulando um voto. Isso é crime? É crime uma bancada retirar o quórum? Eu só vi um vereador antiético divulgando uma conversa pessoal, mas aí é do caráter de cada um. Se vocês acham que é crime, sugiro assistirem a TV Câmara. Talvez aprendam um pouco de política institucional.

Miki apenas demonstra preocupação com uma vitória da 'Situação B', porque escapou por pouco de um golpeachment, que tratei em artigos como Por 13 a 2 Câmara derruba golpeachment contra Miki e MaurícioJustiça suspende impeachment de Miki e Maurício; o ’parenticídio’, e enfrenta duas amalucadas CPIs e pode ter que esvaziar as gavetas com uma cassação, como tratei em artigos como Câmara de Cachoeirinha no ’modo Eduardo Cunha’A vitória do pastor e o Tudo A Perder para Miki; aparências enganam.

O MBL cabe naquela do Barão de Itararé: negociata é todo negócio para o qual eu não fui convidado. Não recordo, por exemplo, de postagens do movimento ‘denunciando’ a liberação de R$ 2,5 bilhões pelo governo Jair Bolsonaro para aprovar a Reforma da Previdência.

Ah, o MBL apoiou a reforma!

Sobre o escândalos relacionado ao movimento, que fez com que o Facebook derrubasse 167 páginas e 87 contas em ação contra disseminação de informações falsas, nada também. Do contrário, estaríamos frente a um meme como aquele em que o 'Japonês da Federal' olha a si mesmo do outro lado do olho mágico da porta e comunica:

– Oi, vim me prender!

Também não consta no denuncismo do MBL de Cachoeirinha nenhum questionamento ao trecho em que o prefeito fala sobre um suposto “benefício” que Paulinho teria na relação com um político do partido de Edison Cordeiro, presidente eleito da Câmara.

Mas o que mais concordo com Almansa é quando reputa falta de ética a Paulinho. Neófito na política, o vereador pode caça-cliques agora, mas perde totalmente a credibilidade ao vazar a conversa com o prefeito.

Nem amigos falarão com ele livremente, com receio de ser vítimas de arapongagem.

Para um parlamentar, não poder ‘parlar’ é suicídio político.

Mais feio fica Paulinho ter vazado o áudio um dia depois de perder os cargos que tinha no governo, o que foi uma consequência lógica de ter sido o voto decisivo para eleição do pastor, que concorreu pela ‘oposição’ e é seu companheiro de ‘CâmaraTur’, como já tratei nos artigos 19 mil gastos em viagem de vereadores a Brasília; o ’conto da emenda’ e Três vereadores vão viajar a R$ 19 mil; desistam, dá tempo!.

Anda um horror a política de Cachoeirinha. A eleição de 2020 será de chorar, no cantinho ou posando para a foto, como anda na moda entre os edis. Faz-me lembrar aquela do Millôr, que dizia que o Collor “inventou mentiras tão complicadas, tão envolvidas em mentiras menores, mentiras tolas e mentiras circulares, que os adversários, esgotados no desnovelar de todas as mentiras, têm que apelar para outras mentiras”.

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