grêmio tri

É tri massa ser campeão!

O Dibe, na Arena do Grêmio | Foto MAURO SCHAEFER

Seguinte: pediu e jornalistas, colunistas e articulistas gremistas que tem ou já tiveram alguma relação com a região estão mandando artigos sobre o tri. Esse é do Luiz Sérgio Dibe

 

Não precisava ser com dois golaços. Estávamos prontos pra felicidade que um zero a zero pode dar.

Pênaltis – Jesus, Maria, José, Buda, Alá, Francisco e tudo mundo – seria um pesadelo, mas chegava pros gremistas que estavam com a goela apertada de vontade de dizer campeão.

Nem precisa gritar. Só dizer assim, baixinho, talvez mentalizar baste. Como é legal o sentimento de vitória e como o esporte, impregnado de sujeira e corrupção, consegue proporcionar um pouquinho disso na vida da gente.

Na vida, a gente é treinado para ser vencedor. Doutrinado a competir e ensinado que perder não é uma boa. Perdemos o tempo todo e continuamos acreditando que o objetivo é vencer.

Curiosamente, o esporte – o futebol pra nós meninos e meninas do Brasil – constrói essa sensação deliciosa e ingênua de vitória.

Lembro da noite chuvosa em que o Inter bateu o São Paulo e ganhou a primeira Libertadores, em 2006. Fui eu, gremista temido pela minha habilidade de parecer que entendo de futebol, acompanhar o Rafael Martinelli, o Rodrigo Becker, o Eduardo Torres, o Herculano Filho, o Beto Dickow e o Róbinson Gambôa para ver aquela final.

Vi sorrisos de criança na cara amassada de trago e trabalho dos meus chapas colorados. Foi maravilhoso.

Ontem, na frente da TV vendo o “dindo" Pimenta – meu parceiro de cimentão no Estádio Olímpico – ajoelhado no chão da sala lá de casa depois do apito, curti de novo essa alegria especial que o futebol aconchega sobre a miséria de um dia comum.

Sei que amanhã a euforia vai evaporar da semiconsciência e o futebol vai voltar a ser cheio de vaidades, grosserias e outras expressões típicas da vulgaridade destes tempos. Hoje, todavia, vou falar baixinho. Escrever. Talvez, mentalizar: campeão. Campeão. Que coisa furiosamente divertida. Tri. Tri massa. Nem precisava ser com dois golaços.

 

Luiz Sérgio Dibe é jornalista e gremistão.

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