crise do coronavírus

Eleição importa!; demagogia sobre ’fundão’ contagia Gravataí e Cachoeirinha

Delegado João Paulo Martins é candidato a prefeito de Cachoeirinha

‘Contagiou’ Gravataí a demagogia sobre o fundo eleitoral para as Eleições 2020.

Em Cachoeirinha, João Paulo Martins, candidato a prefeito pelo PP, já tinha defendido o uso dos recursos na crise do coronavírus.

Agora, na aldeia, os vereadores Alex Peixe (PTB) e Demétrio Tafras (PSDB) aplicam o mesmo conto.

No governo, e já parlamentares, possivelmente torcem para quem nem ocorra eleição e os mandatos sejam prorrogados até 2022 – o que não acontecerá, como avisou ontem Luiz Roberto Barroso, ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Por enquanto, trato o ‘conto’ como ‘causo’. Do vigário será o conto se a crítica for só para ganhar cliques no Grande Tribunal nas Redes Sociais e, depois, aparecer lá na prestação de contas da campanha, o dinheiro do ‘fundão’, numa aposta na inesquecível falta de memória do eleitor.

Eu tenho memória.

E Google.

Entendo que a devolução de 30% dos salários, anunciada pelos vereadores Dimas Costa e Bombeiros Batista, em Gravataí; e Paulinho da Farmácia, em Cachoeirinha, todos do PSD, flerta com o populismo, mas é uma decisão pessoal – é dinheiro deles e, talvez muitos não saibam, mas nenhum parlamentar está trabalhando na Câmara, o que talvez envergonhe alguns.

Já a demonização do fundo eleitoral é mais uma metralha na democracia, na política e nos políticos, cujo mau-humor do eleitor (contaminado pelos mal feitos, mas também pela desinformação e os informados do mal) já não permite nada além da presunção de culpa.

Não há saída fora da política, meus vizinhos!

O ‘171’, ou 17, foi confirmado na eleição de 2018. Eleito como ‘antipolítica’, vendido como um ‘outsider’ mesmo com 27 anos de sono no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro e seu ‘gabinete do ódio’ pouco fazem além de política – e a mais embolorada, da conspiração e do conflito, como vimos nesta semana com a demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta.

O governo federal ganhou um cheque em branco do Congresso Nacional e tem condições de socorrer pobres, empresas e estados com R$ 200 bilhões. Tirar os R$ 2 bilhões do fundo eleitoral é um convite ao ‘caixa 2’, ou aos financiamentos obscuros para disseminação de fake news, que colocam políticos no bolso de poderosos.

Tratei sobre os riscos do ‘caixa 2’ em artigo justamente sobre o delegado João Paulo, que em janeiro deste ano defendeu o uso do ‘fundação’ em O bolsonarista que aprova o ’fundão’; demagogos, ao ataque!.

Reproduzo.

“(…)

Inegável a coragem de João Paulo, já que políticos estão se escondendo do tema. É o ‘outsider’, aquele que já foi secretário municipal, mas nunca concorreu, quem apela por uma reflexão sem demagogia.

Não é fácil pedir isso. E possivelmente o delegado seja metralhado no ‘Grande Tribunal das Redes Sociais’. É óbvia a resposta se perguntar ao povo se prefere 2 bilhões para os hospitais, ou para campanhas políticas. Mas é o custo da democracia. Infelizmente, com o caixa na mão dos de sempre, deputados e senadores que elaboraram a lei.

Acerta João Paulo ao alertar para a corrupção nos financiamentos de campanha, o que é uma realidade. Caixa 2 e política são siameses, sejam despercebidos, punidos com cadeia ou remidos com pedidos de desculpa e tatuagem. Certo também está ao advertir para os riscos do autofinanciamento de candidatos, invariavelmente com ‘sócios ocultos’ esperando para tomar o poder de assalto. Não há bobagem maior do que sonhar com vereadores sem salário, por exemplo. A não ser que a idéia seja segregar os pobres e os trabalhadores da política

(…)”.

Ao fim, eleição importa! Não reconheço esse novo milagre brasileiro, de uma democracia isenta de democratas, repleta de demagogos.

É clássica a frase atribuída a Otto von Bismarck: “Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”.

Hoje, caçada de cliques nas redes sociais.

 

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