CULTURA

Em livro, as crônicas ‘DezMioladas’ do jornalista Silvestre Silva Santos

Silvestre coma neta Stela, na sessão de autógrafos do livro

O jornalista e radialista Silvestre Silva Santos, que de 2016 a 2020 atuou na reportagem do site Seguinte:, de Gravataí, Cachoeirinha e Canoas, e também editou o Diário de Viamão, é um dos coautores do livro de crônicas DezMiolados2, lançado no sábado, 23, em sua cidade natal, Cachoeira do Sul.

– Segundo os mais antigos, todo homem precisa plantar árvores, ter filhos e publicar um livro. Me faltava o último e, embora não seja o único autor, estou extremamente feliz com a oportunidade de ter meu trabalho gravado para a posteridade na mais tradicional e antiga forma de leitura – diz Silvestre.

O lançamento foi durante coquetel com a presença de nove dos 10 cronistas-escritores, que teve, entre outras várias, a presença do presidente da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), jornalista, advogado e escritor com quatro livros publicados, Mildo Léo Fenner.

As 40 crônicas (quatro de cada autor) selecionadas pelo editor, o também jornalista e escritor Auber Lopes de Almeida, da Farol 3 Editores, versam sobre temas diversos, sobretudo cotidianos.

Os 10 autores têm as mais diferentes profissões, como publicitários, empresários, esportistas, jornalistas, psicanalistas, entre outros.

Antes de atuar no Seguinte:, Silvestre Santos foi, por vários anos, repórter e colunista dos jornais Correio de Gravataí, Diário de Cachoeirinha e Diário de Viamão, assinando inclusive uma coluna diária que circulava simultaneamente nos três jornais e que lhe rendeu, em 2012, o Prêmio PGQP de Melhor Coluna do Interior do Estado.

Para comprar o livro mande um WhatsApp para (54) 99949442.


UM DOS TEXTOS DO SILVESTRE

Eu tive um fusca. Sim, eu tive um.

Faz tempo, foi lá pelos anos 80. Eu ainda morava em Cachoeira do Sul e sequer havia experimentado as tequilas da Redenção, nem o steinhaeger que acompanhava a cerveja nos bares de Sorocaba, São Paulo. Isso merece outra história, numa próxima edição dos DezMiolados.

Voltando à ‘capital do Brasil’: comprei um fusca, do autor do livro do P, “seo” Jeremias Borsatti, figura de grata lembrança a muitos da minha época, que morava ali na Saldanha Marinho (Cachoeira do Sul). Livro do P, porque ele escreveu com todas as palavras iniciando com a letra…

Sobre o fusca! Era um “miledú”…

Os entendidos sabem o que é. Seis volts. Ano 62. Na quarta marcha, esgçardinho, dava 90 por hora.

Na descida. Na descida!!!

Lembro disso porque certa vez, viajando a Porto Alegre, no retão ali de Butiá, onde saem caminhões carregados com carvão, o motorista de uma caçamba ficou com pena de mim, e me deixou ultrapassar.

Eu a 90 por hora e o “miledú” rabeando mais que pandorga com cola curta…

E o tadinho era todo furado na lateria inferior! Mais que queijo parmesão.

Num dia de enxurrada, em Porto Alegre, eu estava na Oswaldo Aranha, centrão da Capital do Mundo. Mas entrava tanta água por baixo que cheguei a cogitar a possibilidade de abrir o guarda-chuvas.

Virado prá baixo, claro!

Problema é que não tinha guarda-chuvas, dentro do “miledú”. Até pensei em comprar um, mas me faltavam os pilas, na carteira!

Lá em Cachoeira, certa feita, me roubaram o “miledú”.

Me desesperei:

– Vou contar o quê, em casa?

Mas, como eu era muito conhecido, não demorou muito para chegar um “brigadiano”, que me conhecia, e sabia por onde eu andava, avisando que meu fusca estava abandonado, na Rua dos Loretos, perto da rodoviária, com as portas abertas. Não levaram nada.

De pena, ainda encheram o tanque. Claro, o tadinho andava “só no cheiro”. Gasolina só a conta-gotas…

Lembrei do meu “miledú” anos depois, indo a pé, para o trabalho, em Gravataí. Passou, por mim, um fusca igualzinho, até os para-choques de goleira.

Branco, mas um branco já desgastado.

Parecia até que estava usando bengalas, e eu jurei que era o meu “miledú”. Quase saí correndo atrás.

E esse meu “miledú” ainda foi personagem de uma outra grande história, a do “Trovão Azul”. Quem sabe eu conto essa mais adiante…

Se o “seo” Jeremias permitir, claro!

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