menos violência

Em tempos de guerra, fomos à escola onde se promove a paz

As alunas Isadora e Thablicya estavam no grupo que ganhou o prêmio Promotor da Paz da Câmara de Vereadores no ano passado.

Promover a construção de uma cultura de paz e a superação da violência. Este é o objetivo principal do prêmio “Promotor da Paz” instituído em 2005 e concedido pela Câmara de Vereadores de Gravataí para pessoas jurídicas, organizações não governamentais e órgãos públicos que desenvolvam projetos que comprovadamente tenham alcançado resultados práticos.

As inscrições para o “Promotor da Paz” deste ano já estão abertas e se encerram na sexta-feira desta semana, dia 20. Interessados em candidatar um projeto ao prêmio devem procurar o protocolo da Câmara de Vereadores com ficha de inscrição (disponível no site), juntamente com materiais anexos como fotos, registros, tabulações de pesquisa, gráficos, entre outros que fizeram parte da ação.

O “Promotor da Paz” será concedido em sete categorias, entre elas a melhor campanha publicitária promovendo a paz, escola e ação de preservação do meio ambiente, por exemplo. A comissão de avaliação é formada por 10 dos 21 vereadores que integram a atual legislatura.

 

: Diretora Ândrea de Cássia Réus diz que a escola realiza projetos durante todo ano.

 

De 2016

 

Um dos vencedores do prêmio “Promotor da Paz” do ano passado, na categoria escola, foi o projeto de um grupo de alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Adelaide Pinto de Lima Link, ou simplesmente Escola Adelaide Linck, como é popularmente conhecida na cidade.

De acordo com a diretora, a catarinense de Sombrio e professora há 27 anos Ândrea de Cássia Réus, o projeto surgiu da necessidade de a escola, que tem cerca de 900 alunos nos três turnos, adaptar-se para atender às necessidades dos aproximadamente 300 estudantes do turno integral.

Aliás, conforme Ândrea, a Escola Adelaide Linck desenvolve projetos durante quase todo o ano letivo, e o “Nós somos a paz!” – ganhador do prêmio da Câmara no ano passado – não foi o primeiro. O foco, segundo a diretora que está no cargo há três anos, vai da prevenção ao uso de drogas e chega às questões do respeito e cidadania, entre os alunos e no convício deles com a sociedade de modo geral.

— Neste ano ainda estamos atrás de parceria para um projeto que trata da prevenção à depressão e da automutilação. É muito grande o número de pessoas que enfrenta estes problemas, inclusive entre os adolescentes como são os nossos alunos — diz a professora que veio morar em Gravataí quando tinha apenas seis anos.

 

As alunas

 

O projeto “Nós somos a paz!”, contemplado com o “Promotor da Paz”, pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipave) da Câmara, foi criado por professores e um grupo de alunos e desenvolvido a partir de um questionário aplicado aos colegas.

A partir do que foi respondido pelos alunos foi montado o projeto idealizado pela professora e mediadora de conflitos Priscila Ferreira Holkem, com música e uma peça teatral apresentada para toda a escola, com ênfase em temas como alcoolismo, violência doméstica, bullying e racismo.

 

Clique na imagem e acesse o regulamento do prêmio “Promotor da Paz”.

: Em 2016: Vereador Paulo Silveira, coordenadora Priscila Holkem e a representante da 28ª CRE, Vera Souza da Silva. Foto | Divulgação/28ª CRE

 

Além disso, conselheiros tutelares e integrantes do 17º Batalhão de Polícia Militar – a Brigada Militar – de Gravataí realizaram palestras sobre a importância da não-violência e a necessidade da cultura de paz dentro e fora do ambiente escolar.

— Pena que isso (a violência na escola) não é só ficção. Há histórias bem piores e bem tristes — acentua a diretora Ândrea.

Quem conversou com o Seguinte: pelo lado dos estudantes foram as alunas Thablicya Tayara Santos, de 15 anos, e Isadora Schuller da Silva, de 16, ambas do 9º ano. Thablicya, que mora com a mãe o padrasto, contou que já foi vítima de bullying no ambiente escolar. Isadora, que vive com a avó, disse que nunca enfrentou o problema.

Ambas explicaram que a opção por uma apresentação teatral se deu a partir da convicção de poderia ajudar os colegas a entenderem melhor o que significam problemas como violência doméstica e o próprio bullying entre outras situações, além de ajudar a melhorar o comportamento tanto dentro da escola quanto em casa e na rua.

— Tem muita gente que fala as coisas brincando, não se dá conta de que mesmo sendo uma brincadeira isso magoa a outra pessoa de verdade — diz Thablicya, sem entrar em detalhes sobre os problemas que enfrentou.

 

Confira o vídeo abaixo com a reportagem do Seguinte: sobre os projetos na Escola Adelaide Linck.

 

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