EDUCAÇÃO

Entidades médicas pedem esclarecimento sobre abertura de faculdade de medicina em Gravataí; Ulbra divulga nota

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) pediram esclarecimentos à Faculdade de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) a respeito das 480 novas vagas de Medicina abertas recentemente no Rio Grande do Sul, incluindo as 160 em Gravataí, que o Seguinte: reportou em Saiba tudo sobre a primeira faculdade de medicina de Gravataí.

Durante reunião, dirigentes das entidades médicas fizeram questionamentos com relação à estrutura que será oferecida aos alunos.

– Não temos o conhecimento do corpo docente, quais serão os hospitais, as unidades de saúde, se há laboratórios, nada. Primeiro deve-se organizar a estrutura necessária para formar esses alunos e depois se pensa no credenciamento – afirmou o presidente do Cremers, Carlos Sparta.

A abertura dos cursos ocorre após uma decisão da Justiça favorável à ampliação. Com isso, serão lançadas seis faculdades médicas no país, sendo três no Rio Grande do Sul, com 160 vagas em Porto Alegre, 160 em Gravataí e 160 em São Jerônimo.

Outro ponto apontado pelas entidades foi a rapidez do processo. As inscrições foram abertas no dia 2 e foram encerradas no dia 5. O início das aulas está marcado para 22 de maio.

– Nos causa estranheza a pressa. Além disso, não me parece que haja um estudo adequado para a abertura dessas vagas. Estamos formando anualmente 2,7 mil médicos e passaremos a formar 3,2 mil, em um mercado que já está saturado – ressaltou o presidente do Simers, Marcos Rovinski.

A preocupação das entidades médicas é com a formação médica de qualidade e o atendimento seguro da população.

– Se chegarmos a um milhão de médicos no país nos próximos anos, a assistência à sociedade será precária, pois não teremos capacitação, qualificação e resolutividade para este montante – pontuou o presidente da Amrigs, Gerson Junqueira Júnior.

Segundo a Ulbra, foram cumpridos todos os pré-requisitos necessários para a abertura das novas vagas. Porém, inicialmente, os cursos irão oferecer apenas três disciplinas teóricas. A universidade entregou um ofício com os esclarecimentos às questões apresentadas pelas entidades (leia abaixo a íntegra da nota da Ulbra).

– Não ficamos satisfeitos com as respostas apresentadas e por isso vamos tomar outras providências, incluindo o ingresso em vias judiciais – concluiu o presidente do Cremers, Carlos Sparta.

Para o Cremers, a abertura de novas graduações médicas devem estar condicionadas aos seguintes critérios: a oferta de cinco leitos públicos de internação hospitalar para cada aluno no município sede do curso; acompanhamento de cada equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) por no máximo três alunos de graduação no município sede do curso; e a presença de hospital de ensino com mais de cem leitos exclusivos para o curso no município sede do curso. 

Participaram da reunião o presidente do Cremers, Carlos Sparta; o presidente da Amrigs, Gerson Junqueira Jr; o presidente do Simers, Marcos Rovinski; o presidente da Aelbra (mantenedora da Ulbra) Carlos Augusto Melke Filho; o vice-presidente, Antônio Carlos Romanoski; o superintendente de Educação Superior, Fabiano Pereira Alves; o superintendente Jurídico, João Pedro Palhano Melke, o diretor Jurídico, Tárik Alves de Deus e o diretor da Faculdade de Medicina da Ulbra, Marcelo Teodoro Ezequiel Guerra.


A NOTA DA ULBRA

Sobre a estrutura a ser oferecida aos alunos:
As novas faculdades de Medicina da Rede Ulbra de Educação terão laboratórios para Anatomia, Histologia, Biologia Celular, Fisiologia, Patologia e Microbiologia. A estrutura de laboratórios baseia-se nos conceitos mais modernos de aprendizagem. A Rede Ulbra de Educação adquiriu laboratórios virtuais e simuladores de média (simulação de habilidades) e alta complexidades (simulação de situações problemas). Ou seja, o estudante será apresentado aos meios e ferramentas que os melhores médicos utilizam na solução dos problemas envolvendo o binômio saúde-enfermidade.
O estudante também será gradativamente introduzido no Sistema de Saúde de cada uma das regiões. Quanto à celebração de convênios com instituições públicas e privadas para realização do internato médico, as tratativas estão bastante adiantadas com as instituições de Saúde. No entanto, é importante esclarecer que essa necessidade se dará apenas no quarto ano de curso de Medicina.
O corpo docente que integrará os referidos cursos será composto por doutores, mestres e professores altamente qualificados os quais integram a classe médica do Estado. Vale destacar que os alunos estarão matriculados em cursos que integram uma rede de ensino com tradição de mais de 50 anos na área educacional, presente em 17 estados da União, com mais de 2.700 colaboradores diretos e mais de 350 mil egressos, entre eles 2.300 médicos formados no curso de Medicina que a Ulbra já mantém há três décadas no Rio Grande do Sul.
Sobre a suposta celeridade no processo de abertura de vagas:
Os cursos de Medicina em oferta decorrem de cuidadoso planejamento, estudos e investimentos que estão sendo desenvolvidos desde 2022 mediante processo regulatório junto ao Ministério da Educação. Portanto, a Ulbra já vinha desde o ano passado desenvolvendo o projeto e preparando sua implantação. A abertura dos cursos foi devidamente autorizada pela Justiça Federal no dia 30 de março de 2023. O processo de inscrição e seleção se deu um mês depois, dentro de um cronograma absolutamente normal em termos de prazos. E, para não perder mais um semestre, a Ulbra decidiu atender ao apelo dos novos estudantes que buscam cursar Medicina e planejou o início do curso ainda no primeiro semestre. Não havia necessidade de prazos maiores, principalmente em função da alta procura por parte dos candidatos.
Sobre a qualidade no atendimento à população pelos novos profissionais:
Vocacionada para o ensino na área da saúde, a Rede Ulbra de Educação está preparada para receber os novos estudantes. Com o objetivo de potencializar os resultados educacionais, a rede de ensino tem formatado as matrizes curriculares de maneira a atender, na prática, as demandas regionais. Cada uma das novas faculdades vai tratar sua região de forma única, pois cada curso terá uma matriz curricular voltada à realidade local e às carências regionais no setor de saúde.
A implantação dos cursos traduz-se em benefícios para as comunidades onde a Rede Ulbra de Educação está inserida, contribuindo para melhorar os indicadores de saúde e econômicos dessas regiões. Prova disso é o apoio das lideranças das comunidades que receberão as faculdades de Medicina, pois além da melhoria da qualidade no atendimento à população, a inserção no mercado de novos profissionais de saúde altamente qualificados potencializa os municípios e impulsiona o desenvolvimento regional.

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