SAUL TEIXEIRA

Entre a resistência e a glória: Grêmio e o triunfo “Farroupilha” em pleno Beira-Rio

foto Lucas Uebel

O Gre-Nal 448 foi um resumo “perfeito” dos 122 anos do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. O triunfo de 3 a 2 em pleno Beira-Rio serviu como um presente atrasado de aniversário ao clube e, principalmente, à Nação de três cores.

O tricolor foi estratégico sem a bola. Também teve momentos de bom futebol, com posse e domínio, na figura do bem expulso Arthur. Ainda celebrou gols de cabeça com dois centroavantes à moda antiga.

Em suma, venceu de virada numa partida com três pênaltis contrários — apenas um injusto, na nossa ótica. E finalizou consagrando definitivamente a Imortalidade: consolidou o triunfo, literalmente, no último lance.

Após quase dois anos e meio, Mano Menezes devolveu o sorriso ao lado azul da força no maior clássico do mundo. E começou a vitória com Pavón às costas de Bernabei. Por essas e outras, defendíamos que o Internacional adotasse um sistema com três zagueiros, mas o foco, agora, está nos vencedores.

Com a bola, Pavón não aproveitava o latifúndio à disposição. Bastou o ingresso de Alisson, porém, para que a obviedade estufasse as redes e corresse para os braços da torcida. Entendemos a leitura tática, mas fica difícil defender a ausência do camisa 47 entre os titulares. Eis o Futebol Além do Resultado novamente desafiando a ditadura do placar final.

No texto anterior, celebrávamos a mudança na fotografia da equipe a partir dos reforços. Meia-ponta de duas Copas do Mundo, Willian foi fundamental para a conquista da “Copa Gre-Nal” que colocou o tricolor à frente do Colorado na tabela. Mesmo visivelmente sem ritmo, o camisa 88 foi pré-assistente do gol de Carlos Vinícius e cobrou escanteio para a cabeçada de André Henrique.

O mesmo é válido para a liderança e qualidade superior de Marcos Rocha na lateral-direita. Um dos melhores jogadores da posição no país há tempos, naturalmente o camisa 14 encaixou-se como uma luva no sistema defensivo. Como cereja do bolo, foi o capitão no clássico — tendo destaque também por enxugar as lágrimas de Noriega após o pênalti infantil cometido pelo peruano. Menção honrosa também ao goleiro Tiago Volpi.

Nada poderia ser mais Grêmio do que isso. Vitória flertando com a epopeia em plena Semana Farroupilha. E, para concluir, a vitória culminou com a demissão do antigo ídolo Roger Machado do tradicional adversário.

O primeiro pênalti assinalado para os mandantes foi um absurdo da arbitragem de vídeo. Mesmo assim, o tricolor mostrou valor e constância. Na ímpia e, àquela altura, injusta guerra. Mais um capítulo que serve de modelo ao Planeta Bola.

Em que pese o clima “murrinha”, o domingo foi simplesmente perfeito para metade do Rio Grande do Sul. Poesia futebolística pura! Uma atuação à altura de um dos mais notáveis símbolos da República Rio-Grandense.

O Grêmio é sinônimo de Rio Grande do Sul!

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