Todos os dias fazemos escolhas. Algumas, aparentemente banais; outras, nem tanto. É um privilégio poder escolher, mas, por vezes, a decisão a ser tomada provoca angústia ou até medo.
Deveria ser mais tranquilo decidir. Afinal, desde o acordar até a hora de dormir a gente escolhe o que pensar e o que fazer. É fácil nos restringirmos às escolhas sobre comer ou vestir. Com exceção, no primeiro caso, quando se está em dieta. Decidir implica em renunciar, perder, abrir mão de outras opções. Quem dera certas decisões fossem tão fáceis como a de comer ou não uma trufa de chocolate quando estamos na luta contra a balança.
Tenho por hábito, antes de enveredar por um caminho ou outro, avaliar os riscos que cada opção contém. Imagino, também, que ela nunca será tão dramática quanto a apresentada no filme “A Escolha de Sofia”. Baseado no romance de Willian Stryon, o filme que rendeu a Meryl Streep o Oscar de melhor atriz em 1983 conta a história de Sofia. Ela relembra quando foi presa com dois filhos pequenos, uma menina e um menino, no campo de concentração Auschwitz durante a II Guerra Mundial. Um soldado nazista lhe dá a opção de salvar um dos filhos da execução. Se não escolher qual viverá, as duas crianças morrerão.
Uma cruel escolha. Leia o livro. Veja o filme. Espero nunca ser confrontada com tal dilema. Bastam-me as pequenas dúvidas e os pequenos medos que tenho (em comparação com Sofia, é claro!) sobre se minha decisão será acertada e qual o impacto que ela trará para minha vida, quem sabe até nas vidas de pessoas que são particularmente importantes para mim.
Um amigo meu resolve a questão de forma simples. Diz ele que quando a opção escolhida não foi a melhor “pelo menos errei com a convicção de que estava certo”; outro defende que “ao menos tomei uma decisão”. Prefiro a segunda fala. Embora não fazer nada também seja uma decisão…
