SAUL TEIXEIRA

Esqueçam o Grêmio-Show! Time de Renato virou “filho” do pragmatismo

Foto: Lucas Uebel

Virada contra um dos times-sensação da temporada no futebol brasileiro. Poder de competição nas alturas. Retorno de um dos heróis do Tri da América e vice-liderança do Brasileirão com 33 pontos.

O domingo dos Pais foi especial na Arena Tricolor, principalmente pela vitória. A campanha na Liga mais disputada do Planeta Bola está realmente acima das expectativas. Na letra fria dos números, porém, que fique claro…

Esqueçamos a performance, o rendimento, o bom futebol do ponto de vista estético. Entre o mundo ideal e o possível, o Grêmio virou “filho” do pragmatismo. Suas atuações estão sendo sofríveis do ponto de vista técnico. Pelo menos dentro da lógica do Futebol Além do Resultado. No placar final, entretanto, empates ou vitórias quase sempre.

Estou entre aqueles que acredita que o sistema com 3 zagueiros havia chegado no limite. Sobretudo pela execução que deixava a desejar na fase ofensiva. O retorno ao 4-2-3-1 e suas singelas variações, porém, mostrou-se ainda mais “capenga”. Sem a bola, aliás, escancara a falta de equilíbrio defensivo.

Posse de bola não ganha jogo, obviamente, mas não é comum o Fluminense ficar com a “gorducha” 72% do tempo em plena Arena, né? Ainda mais após o Grêmio ter usufruído de “uma semana cheia” de trabalho, algo sempre raro no transloucado calendário brasileiro.

Presumimos que Renato tenha utilizado o precioso tempo para reencaixar as peças no retorno à mecânica tática que marcou grande parte do seu trabalho desde 2016. Muito se falou que “João Pedro Galvão formaria dupla de ataque com Suárez” em 4-2-2-2. Embora futebol seja um organismo vivo, o atacante fez função de camisa 10 atrás do camisa 9. Em poucas situações, de fato, estava numa mesma linha que o Mundialista uruguaio. Se for para manter essa dinâmica de ataque, talvez seja preferível escalar um meia de fato e de ofício.

No futuro, a vaga pode ser de Luan. Foi ali que o camisa 7 tornou-se Rei da América no histórico 2017. Contra o Fluzão, reestreou aos 41 da etapa final. Não atuava desde novembro. Naturalmente, sofreu pela falta de ritmo. Pode ser reforço em 2025. Uma pena que já sem Suárez. Os “bons sabem dialogar”, tramar, tabelar. Normalmente se conhecem pelo piscar de olhos. Para a atual temporada, entretanto, talvez alguns “lampejos” possam colaborar com o time.

Pepê voltou de lesão. Os deuses do bom futebol agradecem! É claro que o camisa 23 também necessitará de tempo para voltar à sua melhor versão. O meio-campista, porém, é a esperança de que a troca de passes, o jogo associativo e o futebol propositivo retorne ao Tricolor gaúcho. Uma hora ou outra.

Até lá, o indicado é investir abertamente no “modelo pragmático”. O que não pode é ficar no meio termo. De preferência, que retorne ao sistema com 3 zagueiros. Mesmo sem Kannemann. A ausência de um 5 raiz no elenco obriga Gabriel Grando a trabalhar mais do que deveria.

Gustavo Martins quase sempre ingressa com “segurança e autoridade” nas funções de defesa. Poderia ser um misto de zagueiro e volante contra o ─ quem diria ─ em crise Flamengo. Normalmente o time carioca “ganha os jogos” no entrelinhas.

Portanto, defende-se perto do gol com linha de 5 defensores talvez não seja a estratégia ideal. Martins pode ser a peça que garanta também variação de mecânica. Futebol se decide é na meia-cancha!

Independente do desenho adotado, a Nação de 3 Cores espera uma nova postura do tricolor contra o Flamengo. Times de menor prestígio, “camiseta” e até individualidades fizeram enfrentamentos recentes contra o rubro-negro e lograram êxito: América-MG, Cuiabá e Olímpia. Se existe um momento “ideal” para enfrentá-los é justamente agora!

Sampaoli está balançando no cargo. Cobrou publicamente que o “time mostra motivação diferente nas Copas”. Dias atrás, teve até agressão do preparador físico a Pedro. É notório o desgaste no vestiário. A permanência do argentino talvez jogue favoravelmente ao Grêmio neste momento.

O Grêmio-Show de temporadas passadas, no momento, é utopia!

Então…

Partiu copar. Pelear. Suar. Competir.

Tomara que a Imortalidade volte a dar as caras no “Maior do Mundo”.

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