A comunidade indígena Mbya Guarani, residente no Mato do Júlio há mais de dois anos, estreia neste sábado, dia 24 de agosto, 10h, no auditório do EEEM Presidente Kennedy (Poli), um documentário que será uma importante contribuição para a divulgação de sua cultura e história. Dirigido pela socióloga e produtora audiovisual Andresa Paiva, também moradora de Cachoeirinha, o projeto foi submetido ao edital audiovisual da Lei Paulo Gustavo do Município, onde conquistou o primeiro lugar na classificação geral.
Clique aqui para assistir a um reels do filme. Interessados em acompanhar o processo de produção e suas exibições podem seguir a página do Instagram @retomandoraizes.
Este documentário é resultado de uma parceria entre a Andresa Paiva e a comunidade indígena, com o objetivo de apresentar a Tekoa Karanda’ty à população de Cachoeirinha e região. Todo o projeto, desde a concepção até a execução, foi realizado de forma colaborativa, com a participação ativa dos membros da comunidade.
Intitulado Retomando Raízes, o documentário explora o processo de retomada da terra ancestral, o conflito territorial, a importância da agricultura e a profunda relação da comunidade com a natureza. Diversos moradores da comunidade indígena deram depoimentos à Andresa, das crianças aos anciãos, incluindo o pajé Alexandre Acosta e a sua esposa, Claudia Fernandes.
A estreia especial contará com a presença de toda a comunidade e convidados. Após a estreia, o documentário será disponibilizado no YouTube, incluindo recursos de acessibilidade. Posteriormente também, a equipe do documentário realizará exibições comentadas em instituições sociais e de ensino, o qual faz parte da contrapartida do projeto cultural.
Opinião da diretora
O documentário será uma oportunidade única para que a população de Cachoeirinha e região conheça a Tekoa Karanda’ty e observe a riqueza cultural da comunidade. Muitos moradores de Cachoeirinha sequer imaginam a beleza natural presente no Mato do Julio, nem que há uma comunidade indígena preservando suas raízes culturais enquanto vive em harmonia com a natureza.
Acredito que este momento de catástrofes climáticas é também uma oportunidade para aprendermos com aqueles que são os maiores defensores da preservação ambiental. Para mim, tem sido um privilégio acompanhar de perto o dia a dia da comunidade indígena, que me deu permissão e confiança para executar o documentário junto com eles.
Embora já trabalhe com audiovisual há algum tempo, este projeto tem sido o maior desafio até agora, tanto em termos de duração quanto de recursos e equipe. No início, tive bastante receio e preocupação com o projeto, querendo evitar a todo custo uma visão externa superficial sobre a comunidade. Compreendi que, para evitar isso, era necessário fazer com que a comunidade se sentisse parte do projeto. Assim, formamos uma equipe mista, composta por não indígenas e indígenas, dando às lideranças da comunidade total liberdade para opinar sobre o que faz sentido para eles. Eles assistiram a uma prévia do documentário antes de sua divulgação.
Todo o processo de produção do documentário está sendo publicado na página do Instagram @retomandoraizes. Lá, temos percebido um interesse genuíno das pessoas em conhecer a comunidade. Disponibilizamos também um formulário para que aqueles interessados em organizar uma exibição comentada do documentário em instituições sociais e de ensino pudessem manifestar interesse. Junto com a comunidade, vamos nos organizar para atender ao máximo possível de instituições interessadas.