três reflexões

Eu vi o fim do mundo!

Está longe ainda, mas vem chegando. Será problema das próximas gerações, mas é possível que ainda sintamos os reflexos. É como estar lá no fim do túnel olhando pra dentro dele, forçando a vista para compreender que luz é aquela que aumenta aos poucos. De repente, ela nos cega e apenas sentimos o impacto das toneladas de aço do trem sobre nós. O Emprego, como o entendemos hoje, está acabando.

Não se trata daquela velha conversa de que Emprego é diferente de Trabalho (o que, diga-se de passagem, é conversa fiada pra início de palestra). Estamos falando de um momento de transição profunda na vida do planeta. Até hoje, percebemos o Trabalho Humano como uma moeda de troca. Conforme o montante de Trabalho que é entregue ao empregador, um montante de valor monetário é devolvido ao trabalhador. Agora, imagine toda a força produtiva ser transferida para uma máquina, ou inteligência artificial. Isso é possível, já ocorre na maioria dos grandes empregadores formais (as Indústrias), no Comércio e começa a acontecer bem no momento em que a população mundial cresce exponencialmente. Se há dez anos, estimava-se que o planeta precisaria de 1 bilhão de novos Empregos para proporcionar renda aos trabalhadores que entravam no Mundo Trabalho, hoje esse número quase dobrou.  Entre as dez empresas com maior número de empregados (formalmente contratados) apenas a Wolksvagen representa o setor industrial, sendo as demais da área de prestação de serviços, incluindo manutenção predial, postos de serviços, bancos e o McDonalds.

Por isso o incentivo à Geração de Riqueza (empreendedorismo, terceiro setor) nos países em desenvolvimento, representa um saída para a crise de Emprego. Além disso, é preciso uma reorganização nos padrões de consumo, pois a falta de Emprego impacta direta e profundamente os índices de violência e o equilíbrio ambiental, alimentar e energético. É apavorante pensar que nas grandes Metrópoles, o aumento de 1% no índice de desemprego, está geralmente relacionado a um aumento de mais de 3% nos crimes violentos e quase 7% em casos de homicídio.

Agora, o que tem a ver energia e meio ambiente com Empregos? Bom, sobre isso falamos na próxima semana.

 

Gente do Mundo do Trabalho

 

Em um ano, Max tornou a empresa mais eficiente. Reorganizou os operadores da área industrial em novos turnos, de acordo com a demanda de entregas, reduziu 20% do quadro administrativo, e, com o mesmo custo, contratou mais um engenheiro e dois técnicos que otimizaram a produção em quase 30%. Trabalhava 10 horas por dia, seis dias por semana e usava o tempo livre para estudar e visitar a família. Dois anos depois, foi demitido, mas ninguém assumiu o seu lugar. A multinacional espanhola que comprou a unidade onde Max trabalhava, agora administra tudo do outro lado do Atlântico com um sistema global que integra logística por geolocalização, cruzamento de dados financeiros globais e compartilhamento dos índices de rendimentos com acionistas em todo o mundo. O software que gerencia todas estas informações está na sua 200° versão de atualização e foi batizado de M.A.X.3000.

 

De volta ao mundo daqui

 

Um dia eu entrava em uma loja e cruzei com um prefeito de Gravataí, ainda na porta. Ele respondeu ao meu cumprimento como se discursasse:

– Tudo bem, embora sempre pensando em como consertar o “inconsertável”.

É dureza! O termo “in-ável” deve fazer parte de um idioma específico dos políticos. Um álibi gramatical para a incapacidade de realizar algo bem feito sem parecer responsável e inapto. Quem sabe, uma máquina projetada sem jargões inúteis e alimentada com as reivindicações dos cidadãos tenha melhor desempenho e torne tudo mais administrável! Seriam os políticos, os integrantes da próxima geração de trabalhadores obsoletos?

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