opinião

Evandro não precisa desculpas por ’senadora do Bolsonaro’

Onyx, Carmem e Evandro, em foto da campanha

A reportagem Contas de campanha de Carmen Flores apontam movimentações atípicas não tirou a tranquilidade de Evandro Soares (DEM). O vereador de Gravataí, que foi o suplente da ex-PSL na disputa por uma vaga ao Senado, disse ao Seguinte: já ter consultado advogados que garantem sua exclusão das investigações por ele não ter aberto uma conta de campanha – o que vices e suplentes não são obrigados a fazer, conforme mini reforma eleitoral de 2015.

Conforme a apuração de Lauro Alves, publicada pela Agência RBS e depois confirmada pela Folha de S. Paulo, a empresária, ex-presidente do PSL e que foi candidata ao Senado em 2018, recebeu 76 depósitos sucessivos em sua conta em três dias seguidos, todos eles depois de encerrados os dois turnos da eleição.

Movimentações atípicas, o termo da moda no pós-caixa 2 do PT.

A RBS revelou que a quarta colocada no pleito, com 1,5 milhão de votos, “recebeu, na sua conta de campanha, 76 depósitos em dinheiro sucessivos em três dias: 30 e 31 de outubro e 1º de novembro, após o término dos dois turnos da eleição”.

Os dados são públicos e constam no sistema de prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As operações somaram R$ 75.680,00 e aconteceram na boca do caixa. Em 60 ocasiões, o CPF da própria Carmen é indicado como depositante no sistema do TSE. Em outras 16, a operação teria sido feita por um homem que prestou serviço de assessoria contábil na eleição.

Ainda conforme a reportagem, nos mesmos dias dos sucessivos depósitos em dinheiro, foram feitos saques de valores iguais ou aproximados. As retiradas ocorreram em três parcelas, uma para cada dia de operação.

Por ter feito 60 depósitos em dinheiro vivo, Carmem se tornou a segunda maior doadora de recursos para a sua campanha, com repasse que totalizou R$ 59.660,00 a partir das operações, todas elas feitas após o encerramento dos dois turnos da eleição de 2018.

A resolução 23.553/2017, do TSE, que regulamenta arrecadação, gastos de recursos por partidos políticos e candidatos e prestação de contas eleitorais, diz, no seu artigo 22 (parágrafo 1º), que as doações financeiras de valor igual ou superior a R$ 1.064,10 só poderão ser realizadas mediante transferência eletrônica entre as contas bancárias do doador e do beneficiário da doação. Já o parágrafo 2º, do mesmo artigo, determina que doações sucessivas realizadas por um mesmo doador, em um mesmo dia, também sejam efetivadas por transferência eletrônica. Todas as 76 operações na conta de Carmen ficaram abaixo do valor referência.  

A RBS consultou o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que informou pela assessoria de imprensa que as contas de campanha da empresária ainda não foram julgadas. A prioridade da Corte foi começar pelos candidatos eleitos, cujos processos demandam maior celeridade nas análises.

Carmen foi uma das principais lideranças do PSL durante a campanha e dizia ser a “senadora do Bolsonaro”, atuando como uma das destacadas apoiadoras do então presidenciável. Em dezembro, ela se desfiliou  e o PSL gaúcho passou a ser presidido pelo deputado estadual Luciano Zucco.

A reportagem solicitou à empresária o contato de seu advogado para o pedido de contraponto, mas ela disse que não tinha interesse em informar.

 

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Comento.

Em Gravataí, Carmem Flores foi a segunda mais votada. Fez 41.441 votos, atrás apenas de Luiz Carlos Heinze (PP), que fez 117 votos a mais. Sem conta aberta, ou relação com os depósitos, resta apenas um possível 'contágio' político para Evandro, que não precisa nem pedir desculpas, como fez seu padrinho, Onyx Lorenzoni, hoje ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, quando denunciado pelo uso de caixa 2 em eleição.

 

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