A duplicação da RS-118 não anda, e não é terminada, por falta de três coisas: dinheiro, vontade de fazer e intenção política. Pelo menos é assim que define o engenheiro civil Alexandre Stolte, ex-diretor na secretaria estadual de Infraestrutura no governo do petista Tarso Genro.
— A RS-118 é um tema muito mais político do que técnico, porque as decisões são políticas, dependem de vontade política e do dinheiro administrado por políticos – avalia Stolte.
A obra que foi iniciada no ano de 2006 – neste ano completou 10 anos se arrastando – no mandato do ex-governador Germano Rigotto não chegou a 50% de trabalho pronto.
O que está feito limita-se a alguns trechos de pista nova liberada e as obras de arte que são os viadutos e elevadas no trecho de Gravataí/Cachoeirinha.
— No governo do Tarso (Genro) foi feito três vezes mais na duplicação desta estrada do que se fez em todos os outros governos juntos — diz o engenheiro que completou 51 anos dia 5 de outubro.
Depois de Rigotto (PMDB, 2003 a 2007), Yeda Cusius governou o estado de 2007 a 2001, eleita pelo PSDB. Após a tucana Tarso foi o govenador (PT, 2011 a 2015) e, agora, o PMDB está de novo no Piratini com José Ivo Sartori, desde 1º de janeiro do ano passado.
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Sem pedágio
O engenheiro também tem opinião que os governos peemedebistas (Rigotto e Sartori) e tucano (Yeda) tiveram e têm a intenção de se ver livre da RS-118 entregando a duplicação à iniciativa privada mediante a implantação de pedágios para pagar o investimento.
Isso, entretanto, na opinião de Stolte – e de muitas outras pessoas! – é inviável porque a rodovia tem nas suas margens quatro municípios e muitos acessos para Sapucaia e Esteio, após o arroio Sapucaia, e Gravataí e Cachoeirinha, do lado de cá do arroio.
— A intenção do governo (atual, de Sartori) é privatizar. Não é o melhor caminho, e para esta obra andar está faltando tudo, principalmente iniciativa e ação das prefeituras, do estado e das comunidades envolvida — diz.
Desapropriação
Outra informação que Stolte recorda do tempo em que ocupava um escritório envidraçado na secretaria de Infraestrutura do governo estadual é que no período de Tarso o Piratini foram removidas 1.076 famílias que estavam em áreas de domínio do Daer, nas quais a duplicação vai passar.
O problema é que, como as obras não deslancharam no ritmo previsto, muitas destas áreas estão ocupadas novamente. Nem são, acredita ele, as famílias indenizadas que teriam retornado, mas outras famílias que chegaram do interior ou entraram em situação de miserabilidade.
— O que aconteceu mais recentemente é que o tema duplicação da RS-118 caiu no esquecimento, e isso não pode. Para nós, contribuintes e usuários, isso é um desastre. Esta estrada é absolutamente necessária para o desenvolvimento da região.
Dinherama
Nos períodos do ex-governador Rigotto e de Yeda Crusius o estado botou cerca de R$ 16 milhões para duplicação da RS-118. No mandato de Tarso Genro teriam sido investidos mais de R$ 70 milhões, elevando esta cifra a quase R$ 90 milhões.
E hoje, Stolte, quanto estaria faltando para concluir a duplicação?
Ele não responde.
— Não sei. Seria leviano da minha parte dizer quanto falta para terminar a obra. Quem tem que dizer isso é a atual secretaria estadual dos Transportes — ensina o engenheiro Stolte, da sala de sua casa, no Parque Eli, em Gravataí, onde aproveita suas férias.
Está bem.
O Seguinte: está indo atrás desta – e outras! – informação sobre a RS-118 junto ao governo do estado.