José Stédile (PSB), ex-prefeito de Cachoeirinha entre 2001 e 2008 e ex-deputado federal entre 2010 e 2018, tomou posse como presidente da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (Fase) do governo Eduardo Leite (PSDB), a ex-Febem, de quem foi secretário de Obras no primeiro mandato.
Reproduzo trechos de falas e, abaixo, sigo.
– A instituição é extremamente importante para a reinserção de tantos jovens na sociedade. Temos confiança e convicção de que o novo presidente, juntamente com os servidores, fará um maravilhoso trabalho, que perdurará pela vida de tantas pessoas que passam pelo local – disse o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), Luiz Henrique Viana, alertando para responsabilidade de se fazer o necessário para que os socioeducandos possam ter um futuro melhor e ressaltou a confiança que tem no trabalho do novo presidente e dos servidores.
– Sabemos o quão importante é o trabalho realizado pela Fase. Estamos dispostos a ajudar em tudo o que for necessário e a manter a parceria entre os Poderes, para auxiliar esses jovens – disse a defensora pública e dirigente do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (Nudeca), Andreia Paz Rodrigues, destacando a importância da união entre os Poderes para o desenvolvimento de um serviço de qualidade.
– Muito foi feito até aqui, mas podemos fazer mais. Não apenas na porta de entrada, mas, também, na porta de saída do egresso, ressocializando esses jovens, para que tenham uma nova realidade, repleta de oportunidades – disse o juiz-corregedor coordenador da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça, Luís Antônio Johnson, ressaltando a importância da Fase, “cujos resultados vão muito além das portas da instituição”.
Já Stédile, ao dizer que estar à frente da fundação “é o desafio mais importante” já assumido por ele, agradeceu pela oportunidade e pela confiança depositada.
– Acredito que o trabalho da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo, da Susepe e da Fase será feito de grandes parcerias. Reafirmo o meu compromisso com a instituição e garanto que faremos uma gestão de sucesso – afirmou, completando:
– Não assumo esta posição como um cargo ou um emprego, mas como uma missão.
Ao fim, Stédile, com a frase final, de certa forma responde à crítica que fiz no artigo O cargo do Stédile de Cachoeirinha no governo Leite; Louros? Só no feijão. E aguado.
O ex-prefeito já tinha me contatado argumentando que a escolha não observava apenas uma negociação política entre o PSB e o governo, mas também sua experiência no apoio à Reviver (primeira clínica pública de reabilitação), com a ressocialização de jovens e o resgate da doença das drogas, durante seus governos em Cachoeirinha, e de seu sucessor, Vicente Pires, de quem foi o ‘Grande Eleitor’ por dois mandatos.
Reputo saberá ‘temperar o feijão’.
Experiente e hábil na política, Stédile tem tudo para fazer um bom trabalho, mesmo que para muitos, assim como seu PSB, sofra um ‘rebaixamento’, já que era secretário de Obras do primeiro governo Leite.
Inegável que é um sobrevivente da política. O exemplo de resiliência pode compartilhar com os internos para a vida.