O ex-prefeito de Cachoeirinha José Stédile (PSB) aparece na lista de beneficiários de doações de campanha feitas em 2018 por José Isaac Peres, dono do grupo Multiplan e conhecido como ‘pai dos shoppings centers de luxo’ no Brasil. O carioca, 34º brasileiro mais rico, é um dos empresários bolsonaristas alvos de busca e apreensão da Polícia Federal pela participação em um grupo de WhatsApp em que houve a defesa de um golpe caso Lula (PT) fosse eleito.
Nesta segunda-feira, ao retirar o sigilo sobre a fase do inquérito das fake news e das milícias digitais, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse não haver dúvidas de que “as condutas dos investigados indicam possibilidade de atentados contra a Democracia e o Estado de Direito”.
O teor das mensagens trocadas no grupo “Empresários & Política” foi revelado pelo site Metrópoles.
Stédile recebeu R$ 60 mil para sua campanha frustrada à reeleição como deputado federal.
Quatro empresários visitados pela PF doaram mais de R$ 1 milhão para políticos na campanha. Peres doou R$ 920 mil; Luciano Hang, da Havan, R$ 160 mil; Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa, R$ 125 mil e Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu, R$ 30 mil.
Recomendo a leitura da reportagem Os fundamentos de Moraes para decretar buscas contra empresários bolsonaristas, do site Jota, sobre o conteúdo das investigações.
O ex-prefeito, que concorre a deputado estadual em 2022, não respondeu ao contato feito pelo Seguinte: nesta manhã.
Ao fim, há ilegalidade em Stédile estar na lista de doações? Não. As doações pessoais foram permitidas após a mudança na legislação eleitoral que, a partir das eleições de 2016, proibiu as contribuições por parte de empresas.
Mas inegável é ser Dos Grandes Lances dos Piores Momentos um dos ‘empresários bolsonaristas’, investigados por uma suposta traição à pátria ao conspirar por um golpe de estado, ter feito uma doação significativa para um político identificado com a esquerda.
Se bem que o José votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), para desgosto do irmão João Pedro, líder do MST, o maior produtor de arroz orgânico da América Latina.
As informações sobre as doações dos empresários visitados por ordem do Xandão foram compiladas pelo Lagom Data, estúdio de inteligência de dados. Siga abaixo ou clique aqui para ver a prestação de contas de Stédile em 2018.
