RAFAEL MARTINELLI

EXCLUSIVO | Dr. Levi lança pré-candidatura a deputado federal e promete: “Se eleito, não serei candidato a prefeito em 2028”; o Equilíbrio de Nash

Dr. Levi, em frente a sua clínica Millenarium

O vice-prefeito de Gravataí, Dr. Levi Melo (Podemos), será lançado pré-candidato a deputado federal nesta quarta-feira, às 18h, no Sindilojas. Ao Seguinte:, o médico fez uma revelação-bomba: se eleito, não concorrerá a prefeito em 2028.

O ato contará com a presença do presidente estadual do partido, Everton Braz, e um vídeo da presidente nacional, Renata Abreu, com quem Levi esteve reunido na semana passada.

Segundo ele, dois fatores pesaram na decisão de trocar a disputa à Assembleia Legislativa pela corrida à Câmara Federal.

O primeiro é a avaliação de que o Podemos pode conquistar duas cadeiras em Brasília –– a dele e a de Maurício Dziedricki. Levi reforça ainda o poder de investimento de um mandato federal:

– Posso ajudar a construir a UPA da região da Caveira e um novo hospital – disse, lembrando que cada deputado federal tem direito a cerca de R$ 200 milhões em emendas impositivas ao longo de quatro anos.

Com base em três pesquisas encomendadas, projeta que pode se eleger com cerca de 45 mil votos. Recorda que já teve 21.723 votos a deputado federal em 2010, quando era apenas vereador de primeiro mandato, e 23.365 votos a estadual em 2014, antes de ser eleito e reeleito vice-prefeito na chapa com Luiz Zaffalon, em 2020 e 2024.

– A eleição para deputado estadual seria mais tranquila, conforme as pesquisas. Mas Gravataí precisa representante em Brasília – avalia.

Hoje, a única candidatura confirmada ao cargo em Gravataí é a da deputada estadual Patrícia Alba (MDB), pela oposição.

O segundo motivo apontado por Levi é político: ao disputar vaga em Brasília, reduz tensões internas no governo Zaffa. O prefeito, ao se filiar ao PSD, sinalizou apoio à reeleição do deputado estadual Dimas Costa (PSD), ‘embaixador’ do governador Eduardo Leite (PSD) em Gravataí.

– Sempre avaliei que o governo poderia eleger dois deputados estaduais. Não sou inimigo. Sempre estive junto, sou parceirão do Zaffa. O governo escolheu um candidato, ok. Mas também tenho direito de buscar meu espaço – afirma Levi, que admite ainda não ter conversado com o prefeito sobre eventual apoio.

À coluna, garantiu que, caso eleito, cumprirá integralmente o mandato em Brasília:

– Se for eleito, cumprirei os quatro anos de mandato.

Ao fim, reputo a declaração é uma espécie de ‘bomba política’.

A decisão tem potencial para aproxima o projeto de Levi ao do prefeito e do secretário da Fazenda e coordenador político do governo, Davi Severgnini (PSD) –– que, nos bastidores, é apontado como o candidato preferencial de Zaffa à Prefeitura em 2028, repetindo o modelo de ‘Grande Eleitor’ praticado por Marco Alba em 2020, quando lançou o próprio Zaffalon.

Não por menos apresento Davi como o ‘Zaffa do Zaffa’.

Quem comemorou foi o vereador Dilamar Soares (Podemos), presente durante a entrevista. Em momentos de maior tensão entre os grupos do prefeito e do vice, já havia alertado na tribuna que “impérios caem por dentro” –– lembrando do declínio do Romano e das guerras políticas aldeanas: Abílio x Oliveira, Bordignon x Stasinski e Zaffa x Alba.

Inegável é que Dr. Levi faz um movimento ousado na Teoria dos Jogos da Aldeia, Busca seu Equilíbrio de Nash.


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