coluna do silvestre

EXCLUSIVO | O Cerâmica vai voltar ao futebol profissional

Cerâmica já jogou primeira divisão do Gauchão

Atenção torcedores do Cerâmica Atlético Clube, primeiro time de futebol profissional de Gravataí! Nós do Seguinte: descobrimos, fomos atrás e saiu a confirmação: o time está preparando seu retorno à elite do futebol do Rio Grande do Sul. E a notícia tem a chancela de ninguém mais, ninguém menos, do que Décio Vicente Becker, o mentor, principal apoiador e ainda presidente, chamado por muitos como “pai do Cerâmica”.

Em uma série de reportagens que publicamos em novembro de 2016, Décio – ou ‘seu Décio’! – dizia que estava pendurando o jaleco da fábrica, as chuteiras e o terno e gravata, referências à empresa Carlos Becker Metalúrgica, ao próprio Cerâmica e à vida política. A vontade dele e da esposa Maria Inês de ter uma vida tranquila em um confortável condomínio litorâneo, em Torres, parece que fez água.

Ainda na presidência do Clube, Décio comanda um grupo que está tratando das questões burocráticas junto à Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e na busca de patrocínios para colocar em campo a partir de 2019 equipes menores, juniores e juvenis, para disputarem o campeonato gaúcho a partir do ano que vem.

— É o primeiro passo para reativar o departamento de futebol profissional — admitiu Décio, agora há pouco, por telefone, enquanto se deslocava para a pacata praia de Mostardas.

 

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Conforme o veterano dirigente, de 71 anos completados em 30 de novembro passado, a ideia que vem sendo discutida entre as paredes pintadas de verde e amarelo do Estádio Antônio Vieira Ramos, ou simplesmente Vieirão, é que um time principal pise novamente em um gramado com as cores do Cerâmica a partir de 2020.

— Se der tudo certo. Primeiro vamos preparar os guris (juniores e juvenis) e ver o que dá para fazer e quais atletas vai dar para aproveitar. Mas é por aí, se não der em 2020 pode ser no ano seguinte — afirmou.

A busca por patrocínio é fundamental nesta nova etapa do Cerâmica, outrora bancado financeiramente quase que em 100% pela Carlos Becker Metalúrgica, da qual Décio era comandante em chefe embora dividisse a administração da empresa com um sócio e dois filhos.

A realidade é outra. O momento financeiro também é outro. Décio nem entrou na questão de ele próprio bancar ou não o retorno do Cerâmica ao futebol profissional. Por mais que tenha ascendência sobre a empresa, a decisão sobre um eventual patrocínio master já não cabe exclusivamente a ele.

É importante recordar que Décio Becker está na presidência do Cerâmica desde 2007 e que, neste período, meteu a mão no bolso muitas vezes e assinou centenas de cheques para a construção do Vieirão, um moderno estádio com arquibancada coberta e a não mais do que cinco minutos do centro da cidade. A pé.

— Ah, acho que foi uns R$ 15 milhões! — limitou-se a falar para o Seguinte: no fim de 2016, sobre o quanto de recurso próprio e da metalúrgica botou na construção do estádio.

 

: Estádio moderno, Vieirão tem arquibancada social coberta.

 

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Um dinheirão

 

O eterno gremista e bonachão Décio contraria recomendação médica e está envolvido de cabeça, tronco e membros neste novo projeto de fazer o Cerâmica retornar ao cenário esportivo gaúcho e nacional. Claro que, agora, pisando mais leve no acelerador e desfrutando da brisa do mar por períodos de tempo maiores.

— Tem que fazer tudo bem planejado, que é para não dar errado. Só com os guris (como ele chama os juniores e juvenis) o clube vai gastar uns R$ 70 ou R$ 80 mil por mês. É um dinheirão! São, no mínimo, 25 jogadores em cada categoria, mais a estrutura da comissão técnica e todo o pessoal que fica na volta — afirmou.

 

Categorias de base

 

Antes de conversar com o presidente Décio Becker tivemos a confirmação de que o clube está preparando sua volta ao futebol profissional do coordenador das categorias de base do Cerâmica, Felipe Harzheim, que reassumiu o cargo no final de 2016. Segundo ele, o tema tem sido motivo de reuniões desde o ano passado.

— Mas não tem nada definido ainda — tentou despistar.

Depois Harzheim admitiu que as categorias menores estão sendo preparadas para formação do time principal.

Ao afirmar que tudo que está sendo planejado depende de recursos, ele reclamou da falta de patrocínio oficial e do pouco apoio da comunidade.

—  Quando a gente estava no profissional não tinha respaldo algum do (governo do) município. E nem da comunidade. Era um grupo pequeno de torcedores e chegamos a realizar jogos oficiais, em casa, com 30 pessoas na arquibancada — afirmou.

 

O CERÂMICA

 

1

O Cerâmica A.C. foi fundado em 19 de abril de 1950 e suas cores são preto, verde e amarelo. Seus fundadores foram Antônio Vieira Ramos, Sinval Dias da Rosa, Osvaldo dias da Rosa, Adão Medeiros, Ari Ramos, Osvaldo Brito, Osmar Dias, Antonio Ribeiro, Carlos Selister, Eloyr Machado, Erni Ramos, Alcides Correa e Ary Medeiros.

 

2

O primeiro título do clube no futebol de campo amador ocorreu em 1955, no Campeonato Municipal. Em 1958, fundou a Liga Gravataiense de Futebol, juntamente com o E. C. Paladino e o Alvi-Rubro, visando organizar a competição local. Ganhou, ainda, as edições de 1966, 1987 e 1988 do Citadino.

 

3

O clube foi amador durante a maior parte de sua história, tendo sua primeira partida como profissional realizada no dia 26 de agosto de 2007, com derrota de 2 a 1 para o Guarani, pela Copa FGF de 2007, no Estádio Morada dos Quero-Queros, em Alvorada, já que seu estádio ainda estava sendo construído.

 

4

A primeira vitória do clube como profissionalizado ocorreu no dia 2 de setembro de 2007. Foi contra o Juventude B, no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, em que o Cerâmica fez 1 a 0, também pela Copa FGF de 2007.

 

: Atualmente a estrutura do Cerâmica é locada para os jogos do Esporte Clube Cruzeiro

 

A FAÇANHA

 

: O Cerâmica conseguiu uma façanha logo no ano seguinte. Na Copa FGF de 2008, após terminar na oitava posição entre nove clubes no seu grupo na primeira fase, o time eliminou o time de juniores do Grêmio, nos pênaltis, por 3 a 2.

: Na fase seguinte, os juniores do Internacional também foram eliminados, com o resultado agregado de 6-3 (3-0 e 3-3).

: Na semifinal, o eliminado foi o Novo Hamburgo, após vencer em casa por 2 a 1 e empatar fora em 1 a 1.

: O Cerâmica chegou a sua primeira final como profissional logo no seu primeiro ano, mas o clube não levantou o troféu, já que empatou em casa (sem gols) com o Pelotas e perdeu por 2 a 0 no Estádio Boca do Lobo.

: Em 2010 chegou a final novamente perdendo para os juniores do Internacional por 3 x 0.

: O vice-campeonato rendeu ao clube uma participação na Copa do Brasil de 2010. Foi eliminado na primeira fase quando jogou contra o Paraná Clube, tendo empatado em casa no primeiro jogo (1×1) e sido goleado de virada (6×1) na partida de volta.

 

Importante

 

No segundo semestre de 2014 a direção do Cerâmica anunciou a extinção do seu departamento de futebol profissional e a não participação, em consequência, do Campeonato Gaúcho de 2015 da Federação Gaúcha de Futebol.

 

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