O prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier (PSB), diz que não sabe. Mas muito provavelmente sabe sim, mas não quis tornar pública a informação sobre o impacto que a recuada de seu governo significou na economia de R$ 10 milhões ao ano projetada para acontecer com a adoção do seu ‘pacotaço’, motivo de muita confusão desde fevereiro e até a sexta-feira passada quando se encerrou uma greve de 60 dias do funcionalismo público municipal.
Ao falar para o Seguinte: pela primeira vez desde o encerramento do movimento decidido em assembleia geral do Sindicato dos Municipários de Cachoeirinha (Simca) na sexta pela manhã (hoje os servidores retornaram às suas atividades normais), Miki disse apenas que o peso financeiro maior em consequência deste recuo adotado para viabilizar o fim da greve, recai sobre o triênio que assegurou para uma parcela dos servidores.
Das três propostas votadas sexta pelos servidores, a primeira delas assegurou mais 2% – além dos 3% da lei aprovada dia 24 de fevereiro na Câmara de Vereadores – para os funcionários que no dia 23 daquele mês já tinham alcançado 60% do tempo de 21 meses que lhes dá direito ao triênio. A proposta votada pelo Simca tem outras condicionantes (leia abaixo).
— O maior impacto da negociação é justamente a questão do triênio garantido a quem chegou a 60% do tempo necessário para obter a vantagem. Não sabemos quantos são ou quais são estes servidores porque eles têm até outubro para apresentar as documentações necessárias e, com isso, garantir mais 2% — afirmou o prefeito.
LEIA TAMBÉM:
Servidores encerram a greve e voltam ao trabalho na segunda
Outros prejuízos
O chefe do Executivo de Cachoeirinha se mostra aliviado, até no tom de voz, com o encerramento da maior greve da história dos 50 anos do município. Mas não deixou de comentar que o movimento acarretou prejuízos irreparáveis à população em que pese manifestar a compreensão de que a greve é um direito da categoria. E reiterou as razões que o levaram a projetar o pacote de medidas de economia.
— O que houve foi a falta de compreensão para com o momento de dificuldades financeiras que passamos. Essa não é uma situação só nossa, mas do Estado, do País e de grande parte dos municípios brasileiros.
E completou:
— O que fizemos foi uma necessidade imposta justamente por esta situação e para que pudéssemos retomar os serviços básicos e assegurar, até mesmo, os salários dos próprios servidores — disse o prefeito.
Neste sentido, o prefeito Miki Breier lembrou que hoje, mais cedo, conversou com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, também socialista, a quem comentou sobre a situação que viveu nos últimos dois meses, tempo que durou a greve do funcionalismo municipal.
— E ele me disse que lá (Distrito Federal) o seu governo cancelou o aumento concedido nos salários dos servidores no ano passado porque não tem dinheiro para pagar. A grise é geral — enfatizou.
E o futuro
Sobre o que vai acontecer a curto, médio e longo prazo, mais uma vez o prefeito Miki tangenciou, evitando fazer promessas. Ele assegurou, entretanto, que vai trabalhar pela retomada da Agenda Estratégica elaborada para ser cumprida até o final de seu mandato, em 2020, e que a comunidade vai perceber o esforço do governo na medida em que forem retomadas obras e serviços.
— Não tem como dizer agora, especificar o que vai acontecer a curto prazo. Importante é que as pessoas percebam as mudanças na medida em que os projetos programados forem acontecendo. Para este ano ainda várias mudanças importantes vão ocorrer e queremos que todos notem isso — pontuou o prefeito.
Não é prejuízo
Porque a compensação financeira de 10 dias por mês do total de dias parados dos servidores não tem impacto negativo nas contas da Prefeitura? Quem responde é o próprio prefeito, Miki Breier:
— Estes 10 dias por mês é o dinheiro que a Prefeitura não pagou porque eles (os grevistas) estavam parados.
TRIÊNIO GARANTIDO, A PROPOSTA:
Promoção por Merecimento dos Planos de Carreira do Quadro Geral, do Magistério e da Educação Infantil – criar uma regra de transição entre a lei aprovada e a lei anterior, garantindo o percentual vigente até 23/02/2017 para o cálculo do próximo triênio dos servidores e servidoras que, naquela data, já haviam adquirido pelo menos 60% do período (vinte e um meses); também neste título, nosso Governo propõe a criação de um dispositivo que permita acrescer o percentual atual (3%) em mais 2%, condicionando este acréscimo a três itens: ao crescimento da arrecadação do município (na comparação do valor arrecadado, mais a inflação, no ano anterior ao da concessão do benefício); ao limite prudencial de 51,3% do comprometimento da Receita Corrente Líquida com a filha de pagamento, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal; ao atendimento das exigências constantes no Plano de Carreira, com a elaboração de critérios mais adequados aos fins da administração pública (mudança que será construída nos grupos de trabalho a serem criados com representantes das categorias);
AMANHÃ
Nesta terça-feira o Seguinte: começa a publicar a coluna do nosso mais novo colaborador, Roberto Teixeira. No texto de estreia, os bastidores do primeiro-casal de Cachoeirinha, Miki Breier-Vanessa Morais, desde que deixaram os acarpetados salões da Assembleia Legislativa gaúcha para se tornarem governantes municipais.
Não deixe de ler!
Com Rollemberg
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), participou hoje (8/5), em Porto Alegre, de debate promovido pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) na sede da Fecomércio-RS. O socialista falou sobre os resultados obtidos a partir do novo modelo de gestão implantado no DF desde 2015 e defendeu a necessidade de recuperar o verdadeiro papel do Estado na vida das pessoas.
Para ele, este é um debate estratégico para o futuro do país, uma reflexão importante para a qual o Movimento Brasil Competitivo dá uma contribuição fundamental. O prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier, esteve no encontro com Rollemberg na manhã desta segunda em Porto Alegre.
: Prefeito Miki Breier com os socialistas: governador Rollemberg, do Distrito Federal (ao centro) e o presidente do PSB Gaúcho, Beto Albuquerque (à esquerda).
