O prefeito Cristian Wasem (MDB) deve enviar nos próximos dias aos vereadores projeto de lei com a reposição da inflação dos últimos 12 meses para o funcionalismo de Cachoeirinha.
É um esforço de um governo que namora com os limites de comprometimento da folha salarial, mas, principalmente, uma conquista do sindicato dos municipários. Explico.
A gestão de Valdete Moreira conseguiu no ano passado construir com o governo a aprovação da Lei nº 4955/2023, que instituiu a data-base da categoria para maio, que obriga a Prefeitura a reajustar os salários dos servidores de acordo com, no mínimo, o índice de inflação do período.
O índice da reposição deve restar próximo aos 3,93%, referente ao INPC acumulado nos últimos 12 meses.
– Na semana passada já tivemos uma reunião com o governo para reafirmar a data-base e saímos com a garantia de que a lei será cumprida – garantiu ao Seguinte: a presidente do Simca, nesta terça-feira.
– São poucos os sindicatos de municipários no Brasil que possuem em lei essa garantia, que é uma luta nacional pautada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal, a qual fazemos parte desde que nos filiamos à CUT (Central Única dos Trabalhadores) – comemora.
Com a segurança ao menos da reposição inflacionária, Valdete informa que o foco do funcionalismo é agora a “recuperação das perdas de seis anos de salários congelados (2016 a 2021)” e a reivindicação “de aumento real”, a partir “uma mesa de negociação permanente” com o governo municipal.
A presidente destaca também “vitórias reais” da categoria, como o fim do escalonamento e do desconto da contrapartida de 20% no vale-alimentação.
– Sabendo que estamos entrando em período eleitoral e que há restrições em relação à reajustes além do índice de inflação, garantimos além da reposição da inflação em maio,por meio da data-base, um índice de recuperação das perdas salariais de 3,18%, previsto para novembro deste ano – explica.
Ao fim, governo e sindicato trabalharam sob a ‘ideologia dos números’. Mesmo que Cristian e Val militem em lados opostos da ferradura ideológica. Sem greve, chegaram a um acordo mesmo em ano eleitoral.
Pode parecer pouco para alguns, mas frente ao fim de mês perpétuo que vive o funcionalismo, não só em Cachoeirinha, com perdas salariais que superam os 30% na última década, qualquer avanço é uma vitória. Até pouco tempo, receber em dia já tinha virado ‘conquista’ Brasil afora.
Resta ao prefeito Cristian agora equalizar as contas, já que no limite da lei de responsabilidade fiscal está, ao usar mais da metade da receita para pagar o funcionalismo.